Sociedade
Moradores de Umbaúba protestam após a morte de um homem ‘asfixiado’ em ação da PRF
O corpo de Genivaldo de Jesus Santos foi sepultado no final da manhã desta quinta feira 26
Moradores e representantes de movimentos sociais protestaram nesta quinta-feira 26 em Umbaúba, litoral sul de Sergipe, após a morte de Genivaldo de Jesus Santos em uma ação da Polícia Rodoviária Federal. O homem morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda depois de ser submetido a uma espécie de câmara de gás montada pelos agentes no porta-malas de uma viatura.
Os manifestantes interditaram um trecho da BR-101 que dá acesso ao município. Eles queimaram pneus e mostraram placas que clamavam por ‘justiça’. A ação da PRF contra Genivaldo aconteceu às margens da rodovia.
O ato também antecedeu o enterro da vítima. O corpo de Genivaldo foi sepultado no final da manhã desta quinta, depois de ser velado na casa da mãe dele, em Santa Luzia do Itanhy.
População de Umbaúba protestas contra o assassinato de Genivaldo de Jesus. #JusticaPorGenivaldo pic.twitter.com/XjNW4TQKjn
— Instituto Marielle Franco (@inst_marielle) May 26, 2022
Genivaldo de Jesus Santos é recebido com aplausos em velório. Homem foi morto após abordagem violenta da PRF, em Umbaúba (SE). Ele sofria de esquizofrenia, era casado e deixa um filho. pic.twitter.com/g7SvdlIzud
— Tacio Lorran (@taciolorran) May 26, 2022
Representantes da CUT Sergipe se uniram às manifestações. Em nota, a central sindical afirmou que dirigentes se somaram à população para denunciar o crime e cobrar das autoridades competentes uma resposta. “Até quando a polícia vai continuar matando a população e continuar impune?”
A OAB Sergipe também se manifestou sobre o caso e, em nota, disse que acompanhará ‘de forma vigilante’ o desdobramento das investigações.
“A OAB Sergipe tem respeito pelas instituições, mas não compactua com qualquer tipo de violência ou de tortura, razão pela qual se manterá atenta à apuração da responsabilidade por quem causou a morte, respeitando a autonomia da Corregedoria da PRF, órgão com competência para apurar esses fatos.”
A Ordem indicou ainda que pedirá, em caráter de urgência, uma reunião com a Corregedoria da PRF, a fim de buscar informações sobre a apuração.
Em nota sobre o caso, a PRF disse que o homem ‘resistiu ativamente’ à abordagem e que, ’em razão da sua agressividade, foram empregadas técnicas de imobilização e instrumentos de menor potencial ofensivo para sua contenção’. O informe alega ainda que ‘durante o deslocamento, o abordado veio a passar mal e [foi] socorrido de imediato ao Hospital José Nailson Moura, onde posteriormente foi atendido e constatado o óbito’.
“A equipe registrou a ocorrência na Polícia Judiciária, que irá apurar o caso. A Polícia Rodoviária Federal em Sergipe lamenta o ocorrido e informa que foi aberto procedimento disciplinar para averiguar a conduta dos policiais envolvidos.”
O Instituto Médico Legal também atestou, em nota, ter identificado ‘de forma preliminar que a vítima teve como causa mortis insuficiência aguda secundária a asfixia’.
“A asfixia mecânica ocorre quando há alguma obstrução ao fluxo de ar entre o meio externo e os pulmões. Essa obstrução pode se dar através de diversos fatores fatores e nesse primeiro momento não foi possível estabelecer a causa imediata da asfixia, nem como ela ocorreu.”
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.