Sociedade
Governo investiga denúncia de gravidez de 30 adolescentes yanomamis por garimpeiros
Os casos foram reportados ao Ministério dos Direitos Humanos pelo Conselho Indígena de Roraima, que ainda relatou o encaminhamento ilegal de crianças e adolescentes indígenas para adoção


O Ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, informou que a pasta apura uma denúncia de que 30 adolescentes yanomami estariam grávidas depois de serem abusadas por garimpeiros ilegais.
Os casos foram reportados à pasta pelo Conselho Indígena de Roraima, que ainda apontou casos de crianças e adolescentes indígenas que estariam sendo encaminhadas para adoção ao se deslocarem à capital de Roraima, Boa Vista, em busca de tratamento médico.
“Estamos fazendo um relatório de violação de direitos humanos neste contexto e a Secretaria Nacional da Criança e Adolescente, ao colher as informações, chegou a informação de que haveria ao menos 30 adolescentes grávidas dos garimpeiros.”, disse Almeida em entrevista à Globo News.
A pasta deve ouvir as pessoas envolvidas para aprofundar as investigações. Os relatos de abuso sexual a crianças e mulheres yanomamis constam no relatório “Yanomami Sob Ataque” produzido por associações locais. Os assédios envolvem promessa de ouro em troca de sexo, bebidas alcóolicas, armas, trabalho e materiais de alto valor como uma forma de garantirem acesso ao território.
O secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves, também disse, em entrevista à Rádio Eldorado, que os casos também são acompanhados pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
“Pedimos mais informações ao Conselho Indígena de Roraima para podermos ter os nomes das jovens e requisitarmos apurações dos possíveis estupros de vulneráveis para a Polícia Civil de Roraima, para a Polícia Federal e para o Ministério Público Federal.
Sobre o caso das supostas adoções ilegais, Alves completou: “Estamos aguardando que os advogados das entidades nos encaminhem maior detalhamento dos casos”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Governo Bolsonaro foi alertado sobre a situação Yanomami
Por CartaCapital
Lula ao Congresso: ‘Genocídio contra o povo Yanomami exige medidas mais drásticas’
Por CartaCapital
Damares se irrita ao ser questionada sobre yanomamis: ‘Só respondo nos autos’
Por CartaCapital