Sociedade
Lojas de brinquedos em SP são alvos de operação por suspeita de lavagem de dinheiro do PCC
A ação deflagrada nesta quarta-feira tem a participação do Ministério Público, da Polícia Civil e da Secretaria da Fazenda do estado


Uma operação do Ministério Público, da Polícia Civil e da Secretaria da Fazenda e Planejamento de São Paulo mira um esquema que utilizava lojas de brinquedos para lavar dinheiro da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os alvos da operação desta quarta-feira 22 são pessoas ligadas a um homem morto em 2022: Claudio Marcos de Almeida, conhecido pelo apelido “Django”. Ele foi assassinado em meio a disputas internas na facção, segundo o MPSP. “Django” era acusado de envolvimento em ações do tráfico de drogas e fornecimento de armas.
Na ação desta quarta, os agentes estão nas ruas para cumprir seis mandados de busca e apreensão. Duas dessas ordens são em estabelecimentos que vendem brinquedos na capital paulista. Outras duas lojas de brinquedos foram vasculhadas em Guarulhos e em Santo André. Ao autorizar a operação, a Justiça também mandou bloquear bens e valores que somam 4,3 milhões de reais.
Segundo as investigações em andamento, a viúva e a cunhada de “Django” realizaram altos investimentos para construir as lojas, que fazem parte de uma rede de franquias. A empresa dona da rede e os shoppings onde as lojas foram instaladas não são alvos da investigação.
“Django”, convém registrar, já havia sido citado em outra investigação relacionada à lavagem de dinheiro do PCC, revelada em abril de 2024. Ele foi apontado, naquela ocasião, como um dos sócios da UPBus. A empresa prestava serviços de transporte público na cidade de São Paulo e foi, segundo os policiais, utilizada pelo PCC para escamotear o dinheiro do crime organizado. O caso, desde então, respinga politicamente na gestão de Ricardo Nunes (MDB) e levou o político a substituir os contratados.
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