Líder caminhoneiro rebate áudio falso que convoca greve caso Lula vença: ‘Estão nos usando’

Neste domingo 2, um áudio convocando uma paralisação dos caminhoneiros, caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não ganhe em primeiro turno, voltou a circular e viralizou nos grupos de WhatsApp. 

O alerta foi feito pela organização ‘Democracia em Xeque’ na Vigília Eleitoral da OAB-SP. Os pesquisadores verificaram que, até a madrugada deste domingo, o áudio chegou a 254 encaminhamentos, o que significa um alcance mínimo de 5.362 pessoas. 

Na gravação, o homem afirma ser caminhoneiro e questiona a lisura das urnas. “A categoria da rodagem se acontecer fraude, pode acreditar vai parar, vai para junto com o agro, junto com muita gente, tá, estamos alinhando aqui para ver a estrutura que a gente tem”.

O representante da organização explica que o grupo responsável pelo áudio explora o argumento de que, nas rodovias brasileiras, “é raro encontrar um caminhoneiro que não seja eleitor de Bolsonaro”. E que, portanto, se o presidente perde, “é porque houve fraude nas urnas”.

Em conversa com CartaCapital, Wallace Landim, conhecido como Chorão, um dos principais líderes do movimento dos caminhoneiros, afirmou que este não é uma orientação da categoria.

“Recebi esse áudio, averiguamos e ele não é caminhoneiro, é um grupo que é focado em apoiar o presidente e que sempre lutou contra democracia”, disse. 

Em relação a quais são as reais movimentações da categoria sobre o resultado das eleições, ele afirma que “a nossa preocupação é de que a população precisa entender e aceitar a vontade do povo e não ficar apavorando a população e usando a nossa categoria como massa de manobra”. 

Chorão, também presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores) participou da paralisação de 2018 e reflete que “se fosse pra parar, já era pra termos parado por muito menos”, mencionando o sucessivo aumento dos combustíveis no início do ano. 

Junto ao áudio também foi compartilhado um vídeo com uma declaração de Bolsonaro ao jornal do SBT, que diz que “se não ganharmos no primeiro turno, algo de errado aconteceu no TSE“. 

Após a declaração várias matérias foram elencadas direcionando o entendimento a supostas fraudes nas urnas e falas do ministro, Alexandre de Moraes, de que o presidente terá que respeitar o resultado.