Sociedade

Lei que dispensa consentimento de cônjuge para laqueadura e vasectomia começa a valer

Alteração amplia o direito de quem não deseja ter filhos; além da dispensa do aval, a nova lei reduz de 25 para 21 a idade mínima para os procedimentos

Lei que dispensa consentimento de cônjuge para laqueadura e vasectomia começa a valer
Lei que dispensa consentimento de cônjuge para laqueadura e vasectomia começa a valer
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

Começa a valer, nesta quinta-feira 2, a lei nº 14.443/22, que permite que procedimentos como laqueadura e vasectomia sejam realizados sem a necessidade de aval do cônjuge.

A antiga legislação sobre o tema (Lei n. 9.263) datava de 1996 e era criticada pela exigência do consentimento do cônjuge. O novo arcabouço legal sobre a questão amplia o direito de escolha da mulher por não terem filhos.

A nova regra também reduz a idade mínima para realização de laqueadura e vasectomia no país. Antes, a idade mínima era 25 anos. Agora, passa a ser 21 anos. Esse limite, segundo a lei, não poderá ser exigido para quem já tenha, pelo menos, dois filhos vivos. Entre a manifestação da vontade de realizar o procedimento e o ato cirúrgico, deve haver um prazo mínimo de 60 dias.

Por último, a nova lei também altera o momento da realização da esterilização nas mulheres. Pela lei dos anos 1990, não era permitido que a mulher fizesse o procedimento durante um parto ou um aborto. A nova lei traz essa permissão, exigindo que o interesse pela laqueadura seja manifestado no prazo mínimo de 60 dias de antecedência.

O projeto havia sido aprovado na Câmara dos Deputados em março do ano passado. O Senado Federal, por sua vez, aprovou em agosto. No Senado, o projeto foi votado em uma sessão simbólica dedicada a pautas relacionadas aos direitos das mulheres. Em setembro de 2022, a lei foi sancionada, deixando claro que a sua vigência começaria após 180 dias.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo