Sociedade

Justiça autoriza João de Deus a voltar a cumprir prisão domiciliar

O médium foi condenado por uma série de crimes sexuais cometidos durante atendimentos espirituais

Os abusos sexuais teriam ocorrido por João de Deus desde a década de 1980 até outubro do ano passado (Foto: AFP)
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A Justiça do Estado do Goiás determinou, nesta terça-feira 14, o retorno do médium João de Deus à prisão domiciliar, segundo informações da defesa do médium para o G1.

Condenado em 2018 por crimes sexuais contra mulheres durante atendimentos espirituais, João de Deus cumpria pena em casa até o dia 26 de agosto em razão da pandemia do coronavírus.

A Justiça determinou, porém, seu retorno ao Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia depois que o Ministério Público do Goiás (MP-GO) requisitou um novo pedido de prisão, argumentando que as vítimas se sentiam inseguras com o cumprimento da pena em regime domiciliar.

Com a mais recente decisão, João de Deus volta a cumprir a pena imposta em casa, na cidade de Anápolis, a 55km de Goiânia.

Conforme a nota divulgada pelos advogados Anderson Van Gualberto de Mendonça e Marcos Maciel Lara, a ordem de habeas corpus “afasta a ilegalidade da última prisão decretada em seu desfavor”.

No pedido, a defesa também argumentou que João de Deus possui doenças crônicas, mais de 80 anos e que não cometeu novos crimes nesse período.

O Tribunal de Justiça de Goiás confirmou ao G1 que teve a decisão do habeas corpus, mas disse que o caso segue em segredo de Justiça.

A defesa concluiu a nota dizendo que “reitera o comprometimento de João Teixeira com o atendimento de todas as decisões judiciais, bem como repudia a exposição cruel e desarrazoada da sua imagem, sempre em contexto de espetáculo público”.

João de Deus está envolvido em mais de 300 denúncias de abusos durante atendimentos espirituais na casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia.

Ao todo, ele já foi denunciado 15 vezes pelo Ministério Público por crimes sexuais. Pelos casos já julgados, João de Deus foi condenado a mais de 65 anos de prisão.

Ainda restam 12 denúncias, as quais envolvem 56 mulheres, que ainda aguardam o julgamento.

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