Justiça
Júri condena traficantes a 384 anos de prisão por chacina no Rio de Janeiro
Cinco pessoas morreram no ataque, em 2020, durante uma festa junina no bairro Anchieta, na zona norte da capital
O Terceiro Tribunal do Júri da cidade do Rio de Janeiro condenou dois traficantes que mataram cinco pessoas e feriram sete em 2020, durante uma festa junina no bairro Anchieta, na zona norte.
Rhuam Roberto Ferreira Bourrus — o “RH” — recebeu uma pena de 155 anos e três meses de prisão, enquanto a Carlos Henrique Baraúna dos Santos — o “Kayke” — coube uma sentença de 229 anos e três meses. Somadas, as penas chegam a 384 anos e seis meses de prisão.
Em 28 de junho de 2020, homens invadiram uma festa junina no Condomínio Jamaica. Integrantes de uma organização criminosa, Rhuam, Carlos Henrique, Jonathan da Silva e um menor de idade teriam recebido a ordem para atacar os participantes do evento, a fim de matar Kevin Cristian de Oliveira Miranda — o “Desenho” —, que chefiava o tráfico na comunidade Ás de Ouro, dominada por outra facção rival.
Entre os mortos na ação estava a garota Rayane, de apenas dez anos.
O juiz Cariel Patriota, que presidiu o julgamento, ressaltou que Naum, pai de Rayane, foi obrigado a presenciar a execução da filha. “A dimensão trágica do fato é potencializada pela circunstância de que Naum, em um ato instintivo e desesperado para protegê-la, deitou-se sobre o corpo da criança e, nessa condição, também foi alvejado pelos disparos.”
O juiz também condenou os dois traficantes por corrupção do menor que integrou o grupo de criminosos. Jonathan Alves Pereira da Silva, denunciado por sua participação na chacina, morreu durante o processo.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.



