Sociedade

Internado com Covid, Hang insiste em ‘tratamento preventivo’ sem eficácia: ‘Eu estudo isso’

‘Falei para os médicos: me deem tudo o que for possível. Quero tomar tudo’, disse o empresário bolsonarista em live nas redes sociais

O empresário Luciano Hang. Foto: Divulgação
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O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan e apoiador do presidente Jair Bolsonaro, fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quarta-feira 20, direto de um hospital da Prevent Sênior, onde está internado após testar positivo para a Covid-19.

Hang garantiu não ser ‘negacionista’, mas voltou a defender tratamentos ineficazes contra a doença.

“Eu acredito na vacina, mas também acredito no tratamento preventivo, no tratamento precoce. Prefiro pecar pelo excesso do que não fazer nada”, disse o empresário. “Falei para os médicos: me deem tudo o que for possível. Quero tomar tudo”.

Segundo ele, a primeira tomografia a que se submeteu já indicava comprometimento de parte dos pulmões. “Mas eu fui rápido: tomei remédio, tomei as coisas. Eu, como assintomático, só peguei porque estava dentro do hospital. Se eu não tivesse pego, talvez evoluísse pra 25, 50, 80 (% de comprometimento dos pulmões), aquela situação que a gente viu lá atrás do ‘fique em casa'”, acrescentou.

Hang, que disse que deixará o hospital ainda nesta quarta, também declarou que, desde o início do tratamento, vem “semanalmente tomando cloroquina, ivermectina, vitamina D, zinco e vitamina C”, para deixar o corpo “forte para receber o vírus”.

Ao comentar a situação dramática em Manaus, onde há escassez de oxigênio nos hospitais, o empresário bolsonarista afirmou que uma equipe de médicos da qual ele ‘faz parte’ foi ‘sabotada’ na capital amazonense. De acordo com ele, o “grande sucesso” de um suposto tratamento precoce seria um “coquetel de remédios”.

Apoiador declarado de Jair Bolsonaro, Luciano Hang se opôs diversas vezes à adoção de medidas de distanciamento social para conter a disseminação do novo coronavírus. Uma de suas mais recentes críticas foi feita em novembro, quando se intensificavam os sinais da segunda onda da doença no Brasil.

Em dezembro, quando a prefeitura de Pelotas, cidade gaúcha distante 220 quilômetros da capital Porto Alegre, decidiu restringir atividades não essenciais por cinco dias, Hang liderou um protesto contra a medida e provocou aglomeração.

Em outubro, o empresário já havia recebido críticas por gerar aglomeração durante a abertura de uma unidade da rede Havan em Belém, capital do Pará. Circularam pelas redes sociais imagens que mostram pessoas amontoadas no interior do estabelecimento, muitas sem máscara.

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