Sociedade
IBGE corrige dados de renda e mostra leve melhora na distribuição
Erro na projeção do peso das regiões metropolitanas em sete estados teria elevado o Índice de Gini, que mede a desigualdade nos rendimentos da população
Após divulgar um aumento no índice de Gini, indicador de distribuição de renda no País, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informou na noite da sexta-feira 19 ter cometido erros na formulação dos dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios, divulgados no dia anterior. Segundo o instituto, o índice passou de 0,496 para 0,495 no ano passado e está estagnado. Nos primeiros dados divulgados, o índice subira para 0,498. Quanto mais próximo de zero, melhor é a distribuição de renda.
O erro, conforme uma nota divulgada pelo IBGE, ocorreu por conta do peso superestimado das regiões metropolitanas nos dados de população de sete estados: Ceará, Pernambuco, São Paulo, Paraná, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A pesquisa divulga resultados para cada unidade da federação e para nove regiões metropolitanas. Nesses estados, a amostra populacional é calculada a partir da projeção da população para a Região Metropolitana da capital e para o restante do estado, em separado. O instituto afirma que equívoco deu-se por terem sido consideradas todas as regiões metropolitanas dos sete estados na primeira divulgação, quando o padrão da pesquisa é tomar como referência apenas a população da Região Metropolitana na qual insere-se a capital.
Como a renda das áreas metropolitanas é superior, a projeção superestimada causou distorções principalmente nos índices de renda e de Gini. A estimativa do crescimento do rendimento médio do trabalhador foi corrigida para 3,8%, enquanto a alta anterior era de 5,7%. A taxa nacional de analfabetismo também foi revisada para 8,5%, pouco abaixo dos 8,7% de 2012. Na divulgação anterior, a queda fora mais acentuada: 8,3%. A taxa de desemprego não sofreu mudanças e manteve-se em 6,5%, ante 6,1% em 2012.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou em coletiva de imprensa neste sábado, 20, que o governo só tomará providências a respeito do “erro gravíssimo” após a conclusão de uma sindicância que trabalhará por 30 dias no caso, prorrogáveis pelo mesmo período. Questionada sobre a demissão da presidenta do instituto, Wasmália Bivar, a ministra preferiu não se posicionar.
Não é a primeira vez neste ano em que Bivar envolve-se em uma polêmica. Em abril, funcionários do instituto entraram em greve após a presidenta decidir suspender a divulgação dos dados da Pnad, prevista para aquele mês. Diretores do IBGE pediram exoneração por conta da decisão.
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