Sociedade

Homem é encontrado morto horas após ser levado por viatura da PM em Goiânia

Segundo a corporação, os policiais envolvidos na abordagem foram afastados e que um inquérito interno vai apurar a conduta dos agentes

Créditos: Reprodução / Polícia Civil
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Um homem de 28 anos foi encontrado morto em Goiânia, horas após ser abordado por policiais da Polícia Militar e levado em uma viatura da corporação. O caso aconteceu na quinta-feira 11.

Vídeos de câmeras de segurança mostram o momento em que Henrique Alves de Oliveira, de 28 anos, é abordado e conduzido por quatro agentes ao interior de uma viatura da Polícia Militar, por volta das 8h da manhã. O corpo do homem foi encontrado por volta das 20h, a cerca de 14 km do local da abordagem.

Os policiais que abordaram o rapaz registraram uma versão alegando que houve um confronto entre os agentes e dois homens que estariam em uma moto, e que tentaram evitar uma abordagem da equipe, dando meia volta ao cruzar com a viatura que fazia patrulhamento pela região. Nesse momento, afirmam que a moto derrapou e que o garupa, que portava uma mochila, desceu e efetuou disparos contra os policiais. Os PMs afirmam que revidaram nesse momento, o que causou a morte do suspeito. Ainda de acordo com os agentes, o suspeito foi desarmado e estaria com um revólver calibre .32 com seis munições, sendo três deflagradas.

Na ocorrência, os policiais indicaram que o suspeito portava 3 barras e meia de substância similar a maconha; 70 papelotes de substância similar a cocaína; 38 papelotes de substância similar a ecstasy; 46 papelotes de substância similar a crack; 2 pedaços de crack; 3 pedaços de cocaína; e 1 rolo de papel filme.

O vídeo da abordagem, no entanto, não mostra uma moto e nem uma mochila junto a Oliveira, o que faz com que seus familiares e defesa aleguem execução por parte dos agentes. O advogado Alan Araújo, que acompanha o caso, afirmou que o laudo da morte de Oliveira evidenciou sinais de tortura, além dos tiros.

A defesa também informou que Henrique Oliveira tinha passagens por tráfico de drogas e roubo, registradas em 2017, e uma por receptação, registrada em 2019, e que as sentenças foram cumpridas, após virarem processos penais. O único processo que estava tramitando no Tribunal de Justiça é o de receptação. Ele chegou ao Judiciário como um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Houve audiência em 2020, que sentenciou o jovem a prestar 40 horas de serviços comunitários.

A Polícia Militar informou que os policiais envolvidos na abordagem foram afastados e que um inquérito interno vai apurar a conduta dos agentes.

Henrique Alves Nogueira deixou uma esposa e um filho de 4 anos.

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