O governo Lula (PT) autorizou o uso da Força Nacional de Segurança Pública para a proteção do povo indígena Avá-Guarani, em Guaíra, no sudoeste do Paraná. A portaria, publicada nesta sexta-feira 19, atende a uma solicitação do Ministério dos Povos Indígenas e determina a permanência dos agentes por 90 dias.
As tropas trabalharão no entorno da Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira, alvo de conflitos entre ruralistas e indígenas desde dezembro. Na semana passada, três indígenas foram baleados enquanto praticavam um ritual e, posteriormente, um homem foi feito refém.
Segundo a Comissão Guarani Yvyrupa, uma das indígenas presentes no confronto relata que os indígenas ouviram o barulho e só perceberam se tratar de tiros quando membros do grupo caíram no chão.
Na sequência, o grupo tentou, sem sucesso, localizar o autor dos disparos.
A decisão do governo foi tomada após o ministro Edson Fachin, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, determinar intervenção urgente da Comissão Nacional de Soluções Fundiárias para garantir a segurança dos Avá-Guarani.
Histórico de violência
Entre 23 e 24 de dezembro, produtores rurais e moradores partiram em excursões armadas contra as aldeias Y’hovy e Yvyju Avary, ambas em Guaíra, mas em um território nos limites da terra indígena homologada Tekoha Guasu Guavira.
Segundo a Comissão, em 23 de dezembro houve um cerco à aldeia Y’hovy, ocasião em que os agressores dispararam foguetes e rojões contra as moradias e os indígenas. Na comunidade Yvyju Avary, barracos, objetos e até mesmo animais de estimação foram queimados por invasores, de acordo com a entidade.
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