Sociedade

Após escalada de conflito entre agricultores e indígenas, Fachin determina intervenção no Paraná

Confrontos ocorrem desde dezembro, após um cerco armado de ruralista às comunidades indígenas localizadas dentro de território já homologado

Entrada da Terra Indígena Tekoha Ocoy. Foto: Reprodução
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O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin, determinou na segunda-feira 15 a intervenção da Comissão Nacional de Soluções Fundiárias do Conselho Nacional de Justiça nos conflitos envolvendo as terras indígenas na região de Guaíra, no oeste do Paraná.

Na quinta-feira 11, policiais militares foram enviados para resolver uma disputa por território, onde três indígenas da etnia Ava Guarani foram alvos de disparos por um homem ainda não identificado e, após a agressão, teriam feito outro homem, de 51 anos, refém em uma casa no território em disputa.

Na determinação, Fachin classificou como urgente a intervenção para garantir a preservação da vida e da integridade das pessoas que habitam a área. No pedido, é destacada a busca pela construção de uma solução de consenso e que leve a imediata cessação dos atos de violência na região de Guairá. Desde o sábado 13, a área vem sendo patrulhada pela Força de Segurança Nacional para evitar novos confrontos.

A região em questão é fronteiriça com os limites da terra indígena Tekoha Guasu Guavira e ainda aguarda o processo de extensão na Justiça. O caso está paralisado por decisões provisórias da Justiça do Paraná.

De acordo com o Batalhão de Polícia de Fronteira, ouvido pelo G1, os policiais foram recebidos com hostilidade pelo grupo de indígenas, que dispararam flechas e ameaçaram os agentes com facões.

Segundo relato divulgado pela Comissão Guarani Yvyrupa, uma das indígenas presentes no confronto relata que os disparos ocorreram enquanto o grupo de indígenas realizava um ritual em frente a uma fogueira, distante das habitações na área, momento em que ouviram os disparos e só perceberam se tratar de tiros quando membros do grupo caíram feridos no chão. O grupo tentou, sem sucesso, localizar o autor do disparo, momento em que entraram em conflito com a comunidade local.

Este não é o primeiro ataque à comunidade Ava Guarani. Entre os dias 23 e 24 de dezembro, produtores rurais e moradores partiram em excursões armadas contra as aldeias hovy e Yvyju Avary, ambas em Guairá, mas em um território dentro dos limites da terra indígena homologada Tekoha Guasu Guavira.

Segundo a Comissão, no sábado 23 foi realizado um cerco a aldeia Y’hovy, no qual os agressores dispararam foguetes e rojões contra as moradias e os indígenas presentes. Na comunidade Yvyju Avary, barracos, pertences e até mesmo animais de estimação foram queimados pelos invasores.

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