Sociedade

Fenaj aponta redução da violência contra jornalistas em 2023, após ‘explosão’ sob Bolsonaro

Apesar da melhora nesse quesito, a Federação indica preocupação com o que chama de ‘cerceamento judicial’

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Silvio Avila/AFP
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A Federação Nacional dos Jornalistas identificou uma queda de 52% no número de casos de violência contra jornalistas no Brasil em 2023, na comparação com 2022. Os dados constam do relatório Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, divulgado nesta quinta-feira 25.

De acordo com a entidade, foram registrados 181 casos no ano passado, ante 376 em 2022. O estudo ressalta ter havido uma “explosão” desses episódios nos três anos anteriores: 208 em 2019, 428 em 2020 e 430 em 2021.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o principal agressor durante os quatro anos de sua gestão, segundo a Fenaj, com 570 ataques a veículos de comunicação e a jornalistas.

Apesar da melhora nesse quesito, a Fenaj aponta preocupação com o que chama de “cerceamento judicial”.

Segundo o levantamento, 2022 teve 13 ações ou inquéritos registrados, e em 2023 foram 25, um aumento de 92,31%. Já a violência contra os sindicatos e os sindicalistas subiu de três para 11 casos, uma alta superior a 200%.

No relatório, também constam os seguintes registros:

  • 42 casos de ameaças/hostilizações/intimidações em 2023, frente a 77 ocorrências em 2022;
  • 40 casos de agressão física, frente a 49 ocorrências em 2022;
  • 27 casos de agressão verbal, frente a 46 ocorrências em 2022;
  • 13 casos de impedimentos ao exercício profissional, frente a 21 ocorrências em 2022;
  • 2 detenções e 1 condução coercitiva em 2023, mesmo índice de 2022;
  • 1 caso de injúria racial em 2023, frente a 3 ocorrências em 2022;
  • 3 casos de homofobia e 1 caso de transfobia em 2023 (a categoria não existia em 2022);
  • Nenhum assassinato em 2023.

“Por isso, podemos comemorar a queda nos números da violência, em 2023. Mas temos de continuar em alerta e mobilizados, porque as cifras continuam muito elevadas”, diz o documento da Fenaj.

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