Mundo
EUA monitoram ligação entre PCC e garimpo ilegal na Amazônia
Funcionário do Tesouro americano afirma ter se inteirado de informações alarmantes e que mineração ilegal de ouro pode gerar recursos para outras atividades ilícitas do PCC


O governo dos Estados Unidos está preocupado com ligações entre o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior quadrilha de narcotráfico no Brasil, e o garimpo ilegal na Amazônia, afirmou uma autoridade do Tesouro americano nesta quarta-feira (17/08).
Após reuniões com autoridades de segurança brasileiras e representantes da sociedade civil, Brian Nelson, subsecretário para terrorismo e inteligência financeira do Tesouro americano, afirmou ter se inteirado de informações alarmantes sobre ligações entre o PCC e garimpeiros de ouro na Amazônia.
Em dezembro passado, o presidente dos EUA, Joe Biden, impôs sanções financeiras ao PCC, que nasceu em prisões de São Paulo no início dos anos 90. Considerado agora a mais poderosa organização criminosa do Brasil, o PCC está entre as quadrilhas que traficam cocaína para a Europa.
Nelson afirmou que as reuniões de que participou em Brasília e em São Paulo levantaram a preocupação de que o PCC também poderia estar envolvido em crimes ambientais como o garimpo.
“Estamos focados na mineração ilegal de ouro porque ela pode tanto gerar recursos para outras atividades ilícitas, considerando o valor do ouro, quanto oferecer um meio para lavar os recursos ilícitos do narcotráfico”, disse o funcionário do governo Biden a jornalistas.
Nelson afirmou que também discutiu uma proposta de impor um teto para o preço do petróleo russo como parte da resposta do Ocidente à invasão da Ucrânia.
O subsecretário do Tesouro americano não comentou sobre a visão do governo do presidente Jair Bolsonaro em relação a tal proposta, mas afirmou que “discussões técnicas” continuariam com o Brasil, que é um exportador líquido de petróleo e tem poucas conexões diretas com o setor de energia russo.
(Com informações de Reuters)
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

PCC e o Comando Vermelho passam a investir em grilagem, madeira e garimpo na Amazônia
Por Ana Flávia Gussen
Bolsonaro planta fake news para liberar o garimpo em terras indígenas
Por Fabíola Mendonça