Um relatório do Observatório Judaico de Direitos Humanos no Brasil divulgado nesta segunda-feira 15 alerta para a escalada de episódios de cunho neonazista e antissemita durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao todo, foram registrados 169 casos entre janeiro de 2019 e junho de 2022. Desses, 114 (67%) são de caráter neonazista, com referências a Hitler, além de admiração ao nazismo e seus símbolos e representações, como a suástica.
O relatório monitorou as notícias sobre violação de direitos em perspectiva antissemita e neonazista. Em destaque estão a militarização das escolas e o rearmamento da população. Um exemplo é o massacre que ocorreu na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), que vitimou dez pessoas. Guilherme Taucci Monteiro, idealizador do ataque, participava de grupos neonazistas. Além de descobrir o vínculo do ex-aluno com o movimento, a polícia encontrou armas e materiais explosivos sob sua posse.
Ainda em sala de aula, mas em Santa Catarina, alunos foram filmados ao fazer uma saudação nazista.
O estudo mostrou que os eventos praticamente dobram a cada ano. Houve 12 ocorrências em 2019, 21 em 2020, 49 em 2021 e 32 apenas no primeiro semestre de 2022.
Para Claudia Heller e Samuel Neuman, coordenadores do relatório, “esse crescimento sinaliza a gravidade de um processo que, em nosso País, atinge sobretudo os grupos que historicamente sofrem racismo estrutural”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login