Política
Dos 12 presos por queimar ônibus, seis foram soltos por falta de indícios, diz governador do Rio
Protesto contra a morte de miliciano deixou mais de 30 ônibus destruídos na zona oeste do estado


O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), informou nesta terça-feira 24, que seis dos 12 homens detidos por suspeita de envolvimento no incêndio de ônibus, na zona oeste da capital, foram soltos pela polícia.
“Das 12 pessoas que foram detidas ontem, seis tiveram a prisão confirmada. Temos indícios de autoria e materialidade”, afirmou, em entrevista coletiva no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) do estado.
“Outras seis, por falta de indícios foram soltas, mas, as investigações e o monitoramento dessas pessoas continuam”.
Os suspeitos presos serão indiciados por terrorismo. O estopim para o ataque foi a morte do sobrinho do miliciano Zinho durante operação policial.
Castro ainda afirma que todas as forças policiais foram colocadas nas ruas do estado para garantir a segurança, circulação da população e a localizar os líderes das facções criminosas envolvidas nos ataques.
O Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ) foi convocado para um “monitoramento diário dos dados de violência” nas áreas da milícia do Zinho.
O fornecimento de energia e o transporte coletivo funcionam dentro da normalidade.
Relembre
Após a morte do miliciano Matheus Rezende – conhecido como Teteu e Faustão –, sobrinho do miliciano Zinho, pelo menos 35 ônibus e 1 trem foram incendiados na segunda-feira 23.
O incêndio gerou o bloqueio da Avenida Brasil, principal via expressa da cidade. Segundo a RioÔnibus este é o maior número de coletivos incendiados da história da capital.
Milícia na mira: as próximas ações do Rio para segurança
Durante a coletiva, Castro afirmou que irá à Brasília na quarta 25, para tratar com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, de ações integradas para reforço na segurança pública do País.
“Outra frente importante que começo a capitanear é que a gente endureça a legislação federal. Crime de terrorismo tem que ter pena de 30 anos em regime fechado, sem progressão”, defendeu.
Atualmente, a pena é de 12 a 30 anos, mas há possibilidade dos condenados ficarem em regime semiaberto.
O governador do Rio, candidato à reeleição, aposta na pauta para conseguir fincar o posto. “Ou a gente endurece a legislação ou se transforma nessa mistura de México com Colômbia”, afirmou Castro.
Quanto à conversa com o ministro, ele ressaltou a necessidade de reforço nas fronteiras do País, a fim de amenizar o problema.
“Essas armas e drogas não estão sendo produzidas aqui. Estão entrando pelas estradas federais, por portos e aeroportos. Só com integração a gente consegue resolver”, afirmou.
E emendou: “A situação da criminalidade no Brasil, que tem um epicentro no Rio, como tem na Bahia, em São Paulo, virou uma questão nacional. E esse poder bélico e a questão da lavagem de dinheiro em geral”.
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