Sociedade
Cresce o número de brasileiros que diz viver entre facções ou milícias
Segundo levantamento feito pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, um em cada cinco entrevistados vive em áreas sob influência de grupos criminosos
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira 16 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que 19% dos brasileiros (ou praticamente um quinto da população) afirma viver em um bairro onde há presença de facções criminosas ou milícias. O levantamento, realizado pelo instituto Datafolha, apontou aumento nesse índice: em 2024, 14% dos participantes de pesquisa idêntica afirmavam que conviviam com esses grupos.
Segundo o levantamento, os moradores das capitais, dos grandes centros urbanos e da região Nordeste são os que mais sofrem com esse tipo de situação. Além disso, o percentual de pessoas negras vivendo em bairros com presença dos grupos criminosos é dez pontos superior ao de pessoas brancas (23% contra 13%).
Em outro ponto do levantamento, os pesquisadores apontaram que 21% dos entrevistados afirmaram que os bairros onde vivem têm serviços de vigilância privada prestados por policiais militares. Esse índice era de 18% no levantamento do ano passado.
O levantamento mostra, ainda, que 16% das pessoas relataram já ter testemunhado abordagens violentas da Polícia Militar. Mais uma vez, os moradores das capitais e dos grandes centros urbanos são os que mais presenciam esses casos.
Já o índice de pessoas que afirmam ter que pagar para ter acesso a serviços básicos (como água, luz ou gás) ou por taxas de segurança – algo comum em comunidades dominadas por milicianos no Rio de Janeiro é de 3%.
As pesquisas foram realizadas entre os dias 2 e 6 de junho. Foram ouvidas pessoas com idades a partir de 16 anos, em entrevistas pessoais em cidades de diferentes portes em todas as regiões do País. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
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