Sociedade

Centrais sindicais negociam apoio de sindicato chinês para entrega de insumos

Federação Nacional dos Sindicatos da China é a maior entidade sindical do país asiático e tem influência no Parlamento e no governo

Centrais sindicais negociam apoio de sindicato chinês para entrega de insumos
Centrais sindicais negociam apoio de sindicato chinês para entrega de insumos
Centrais sindicais brasileiras se reuniram com chineses para dialogar sobre entrega de insumos à vacina. Foto: CUT
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Centrais sindicais afirmam ter obtido apoio da Federação Nacional dos Sindicatos da China, maior entidade sindical do país asiático, para solicitar ao governo chinês que acelere o fornecimento da matéria-prima para as vacinas contra a Covid-19 produzidas pelo Brasil.

A Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan relataram estoque insuficiente de insumos, fornecidos pelos chineses, para a produção dos imunizantes da Universidade de Oxford e da Coronavac. Diante do desgaste das relações diplomáticas entre os governos de Jair Bolsonaro e Xi Jinping, representantes de seis centrais sindicais, portanto, entraram nos esforços diplomáticos para reverter o impasse.

Uma reunião foi realizada às 22 horas da quinta-feira 21. A entidade ocupa a vice-presidência na Assembleia Popular chinesa, com trânsito e forte influência junto ao governo comunista.

“Vamos usar todos os nossos canais e esforços para levar a mensagem de vocês [centrais] ao governo central e ao Partido [Comunista Chinês] sobre as necessidades imediatas do povo brasileiro decorrentes da pandemia”, disse An Jianhua, segundo os sindicatos. A organização ocupa a vice-presidência da Assembleia Popular chinesa, espécie de Parlamento do país, e teria “trânsito e influência” junto ao governo.

Não foi fixada, contudo, uma data para que o sindicato leve a demanda ao governo da China. As centrais pretendem enviar uma carta de agradecimento à federação no início da semana que vem, para reafirmar o que ficou acordado e pleitear uma nova reunião.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, afirmou a CartaCapital que as centrais tentam marcar um encontro com o embaixador da China, Yang Wanming, na semana que vem.

“A reunião foi muito boa”, afirmou o sindicalista. “Ficamos de abrir esse caminho no Partido Comunista e no Congresso. Vamos manter o contato durante a semana para acompanhar os encaminhamentos.”

Presidente da CSB, Antonio Neto, avaliou que o encontro reforçou “os laços construídos entre as organizações dos trabalhadores de todo o mundo”. A federação chinesa contabiliza mais de 300 milhões de filiados, segundo as entidades.

“A cooperação entre os povos sempre foi capaz de produzir soluções em momentos de crise”, declarou.

Na quarta-feira 20, procuradores da República enviaram um ofício a Augusto Aras para reivindicar medidas do Ministério da Saúde e do Ministério das Relações Exteriores que garantam o adiantamento da entrega dos insumos. O chanceler Ernesto Araújo negou problemas com a China e afirmou que o atraso no fornecimento do material ocorre por “alta demanda”.

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