Censo 2022: Brasil tem 1,3 milhão de quilombolas

Bahia e Maranhão concentram metade da população quilombola do Brasil, segundo dados do IBGE

Quando uma mulher quilombola tomba, o quilombo se levanta

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O Brasil tem 1,3 milhão de quilombolas viventes no território nacional. É o que revelam dados inéditos publicados no Censo 2022, e divulgados nesta quinta-feira 27 pelo IBGE.

O total corresponde a 0,65% da população brasileira que possui laços históricos e de ancestralidade com comunidades formadas por escravizados fugitivos no Brasil entre o 1600 e o ano de 1888, data em que foi abolida a escravatura no Brasil. É a primeira vez que o Censo investiga integrantes de povos quilombolas e comunidades tradicionais.

Foram identificados aproximadamente 474 mil domicílios em que residia ao menos uma pessoa quilombola. As casas estão espalhadas em 1.696 municípios do país. Desta parcela, apenas 326 municípios têm territórios delimitados pelo Estado.

O Nordeste concentra 68,19% do total da população quilombola do Brasil, enquanto Senhor do Bonfim (BA) é a cidade com a maior população quilombola vivente, totalizando 15.999 pessoas.

Deste grupo, 203.518 pessoas estão abrigadas em territórios quilombolas oficialmente delimitados. Deles, 167.202 mil dos viventes se consideram quilombola. Apenas 4,3% da população quilombola reside dentro de territórios já titulados pela regularização fundiária.

Os estados que mais concentram a população quilombola são a Bahia (397 mil), o Maranhão (269 mil), Minas Gerais (135 mil) e o Pará (135 mil). São Paulo é o estado que concentra o menor número de quilombolas no país, com 10.999 integrantes. O Acre e Roraima foram os únicos estados que não registraram qualquer indício de população quilombola.


Média de moradores é maior em domicílios onde há quilombolas

Dos 72,4 milhões de domicílios particulares recenseados no Brasil, 473.970 têm pelo menos um morador quilombola. Nestes domicílios, a média de moradores é mais alta (3,17) do que no total de residências do país (2,79).

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