Sociedade

Atakarejo pagará R$ 20 milhões em indenização por morte de jovens negros na Bahia

Depois de furtarem carne, Bruno Barros e Yan Barros foram entregues por seguranças a integrantes de uma facção criminosa

Reprodução/Atacadão Atakarejo
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A rede de supermercados Atakarejo terá de pagar 20 milhões de reais em danos morais coletivos pelo assassinato de dois homens negros que furtaram carne em uma das unidades de Salvador, em 2021. O acordo foi homologado com a Defensoria Pública da União, o Ministério Público da Bahia e entidades antirracistas na segunda-feira 18.

Depois de terem furtado carnes do Atakarejo, Bruno Barros e Yan Barros – tio e sobrinho – foram entregues por seguranças do atacadão a integrantes de uma facção criminosa em Nordeste de Amaralina, bairro da capital baiana. Eles foram torturados e mortos.

Os corpos foram encontrados no porta-malas de um carro. À época, sete pessoas foram presas pelo crime, incluindo três seguranças do supermercado e quatro homens apontados como traficantes.

A indenização será utilizada para custear “iniciativas que guardem afinidade com o combate ao racismo estrutural”. O pagamento será feito ao Fundo de Promoção do Trabalho Decente em 36 parcelas fixas a partir de outubro.

“Sabemos que dinheiro nenhum vai trazer de volta essas vidas, mas a indenização e a cobrança da adoção de medidas para que não se permita o assassinato de pessoas negras é o que é possível de se fazer, no campo do direito”, afirma Gabriel César, defensor regional de Direitos Humanos na Bahia.

O Atakarejo ainda se comprometeu a permitir filmagens de abordagens dentro do supermercado e a não contratar empresas de segurança que tenham “policiais civis ou militares da ativa ou que tenham sido expulsos das instituições”.

Mesmo com o acordo, a rede de supermercados continua a responder ao processo, principalmente na esfera criminal. Procurada, a empresa ainda não se manifestou.

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