Sociedade

As mudanças na penitenciária de Mossoró para evitar novas fugas após recaptura dos dois fugitivos

A dupla retornou à Penitenciária de Mossoró após 50 dias de buscas e ficará em celas separadas e com monitoramento constante

Foto: Reprodução/PF
Apoie Siga-nos no

Os dois fugitivos da Penitenciária de Mossoró, recapturados pelas polícias Federal e Rodoviária Federal no Pará, retornaram, na madrugada desta sexta-feira 5, para a unidade de segurança máxima, no Rio Grande do Norte. 

Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram levados de avião até o estado e desembarcaram em Mossoró. Por lá, serão realocados em novas celas, onde ficarão separados e monitorados 24 horas por dia.

Essa, no entanto, não é a única mudança de protocolo ou estrutura anunciada pelo governo federal para evitar novas fugas, seja da dupla faccionada ao Comando Vermelho ou de outros detentos. Desde a fuga inédita no sistema de segurança máxima, criado em 2006, a penitenciária de Mossoró passou por reformas e teve a segurança reforçada. 

Segundo o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, entre as medidas tomadas estão a troca de iluminação e a compra de novas câmeras de monitoramento para todas as unidades federais de segurança máxima. 

Segundo o Senappen, também estão sendo construídas muralhas nas cinco unidades federais de segurança máxima no país.

Na parte protocolar, o governo decidiu transferir 38 presos para outras unidades. Entre eles, Fernandinho Beira-Mar e outros dois detentos transferidos do Acre para Mossoró com Rogério e Deibson. Todos pertenciam a mesma facção dos fugitivos recapturados nesta quinta-feira. 

Além das mudanças estruturais, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, optou ainda por substituir a direção da unidade prisional de Mossoró. A demissão de Humberto Gleydson Fontinele foi anunciada na quinta e oficializada nesta sexta-feira em Diário Oficial. 

Para evitar que um novo episódio do tipo aconteça em Mossoró, os policiais penais da unidade também receberam novos treinamentos de capacitação. Um relatório da Corregedoria-Geral da Senappen, divulgado nesta terça-feira 2, apontou que houve falhas de procedimentos carcerários que contribuíram para a fuga. 

Por fim, a Força Penal Nacional ainda mobilizou cerca de 50 profissionais para reforçar a segurança no entorno da unidade por, pelo menos, 60 dias.

A recaptura

A dupla foi encontrada em Marabá, no Pará, cidade a mais de 1600 km de distância de Mossoró. Os dois fugitivos ficaram em silêncio durante o depoimento a PF após a nova prisão. 

Os dois fugitivos escaparam da penitenciária no dia 14 de fevereiro, uma Quarta-Feira de Cinzas. Eles conseguiram deixar as celas abrindo uma passagem atrás de uma luminária e deixaram a unidade cortando duas cercas de arame. Segundo as investigações, eles teriam usado ferramentas deixadas por funcionários que realizavam uma obra na penitenciária. 

Nos primeiros dias de fuga, Rogério e Deibson invadiram uma casa e fizeram uma família de refém. 

Segundo a PF, uma facção criminosa teria ajudado os fugitivos a pagaram 5 mil reais para terem auxilio de um dono de fazenda durante a fuga. Até o momento, 14 pessoas foram presas por envolvimento com os criminosos fugitivos. 

Após deixar o Rio Grande do Norte, no dia 18 de março, a dupla usou um barco pesqueiro para chegar em Icapuí, a 202 km de Fortaleza, no Ceará. Eles seguiram em direção à Ilha de Mosqueiro, em Belém do Pará. 

Por meio do uso da inteligência das forças de segurança, a PRF começou a fazer o acompanhamento dos criminosos em cidades próximas à fronteira do Pará com o Amazonas. 

A comitiva de carros que conduzia os fugitivos foi interceptada. Além da dupla, outros quatro homens que auxiliavam na fuga também foram presos. 

Com o grupo, foram apreendidos um fuzil com dois carregadores, dinheiro e oito celulares. O Ministério da Justiça afirmou que os fugitivos queriam ir para o exterior.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo