Após denúncia de abuso sexual, MPF diz ter pedido novas ações contra o garimpo na Terra Indígena Yanomami

O órgão concluiu que as operações executadas em 2021 pelo governo federal não foram capazes de conter o avanço da atividade ilegal

Foto: Terra Indígena Yanomami/Leonardo Prado/PG/FotosPúblicas/2015

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O Ministério Público Federal apresentou à Justiça Federal um novo pedido para obrigar a União a retomar ações de proteção e operações policiais contra garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami.

Nesta segunda-feira 11, um relatório da Hutukara Associação Yanomami apontou que garimpeiros oferecem comida em troca de sexo com adolescentes das comunidades. No documento, pesquisadores apontam que, em 2020, três adolescentes de 13 anos morreram em decorrência do abuso.

O estudo aponta que o avanço do garimpo ilegal é prejudicial não só do ponto de vista da destruição ambiental, mas pela proliferação de doenças sexualmente transmissíveis e de casos de desnutrição.

Os pedidos do MPF à Justiça foram protocolados em 31 de março, depois de visita à região conhecida como Serra das Surucucus, em Roraima. O órgão diz ter concluído que as operações executadas no ano passado pelo governo federal não foram capazes de conter o avanço da atividade ilegal no território.

Após a visita, diz o MPF, constatou-se que o garimpo ilegal ocupa toda a região – apenas na Homoxi, uma das dezenas de comunidades da região de Surucucus, estima-se a presença de mil garimpeiros.

“Assim, na ação protocolada com urgência, o MPF pede que o Governo Federal coordene o planejamento de novas operações de repressão contra os crimes socioambientais da região e que as equipes policiais permaneçam no local até que todos os infratores ambientais sejam retirados da terra indígena”, diz o Ministério Público, que também defende que a União reabra os postos de saúde e que a Fundação Nacional do Índio reative o posto de fiscalização em Surucucus.


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