Justiça
Após audiência de custódia, Deolane Bezerra seguirá presa
Mãe da influenciadora e outra acusada de participação no caso envolvendo empresa de apostas também continuarão na prisão


A influenciadora digital Deolane Bezerra, detida na quarta-feira 4 no Recife (PE), seguirá presa, agora de maneira preventiva. Ela passou por audiência de custódia na manhã desta quinta 5.
Em nota, o Tribunal de Justiça de Pernambuco confirmou que Deolane e a mãe dela, Solange Alves Bezerra, continuarão presas, assim como Maria Bernadette Pedrosa Campos, outra pessoa detida durante a operação de quarta-feira. As três passaram por audiências de custódia por videoconferência.
“As autuadas foram presas pela Polícia Civil de Pernambuco, na quarta-feira, a partir de diligências judiciais que envolvem a empresa Esporte da Sorte. As diligências tramitam em segredo de justiça, pelo fato de o caso estar em fase inicial de inquérito policial”, destaca o TJ-PE.
O caso
Deolane foi detida em um hotel no bairro de São José, na região central do Recife, e levada pelos policiais ao Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais logo nas primeiras horas da manhã de quarta.
A prisão aconteceu em uma operação deflagrada para investigar uma quadrilha suspeita de lavagem de dinheiro e jogos ilegais.
De acordo com a Polícia Civil, houve o sequestro de bens como carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações, além do bloqueio de ativos financeiros no valor de 2,1 bilhões de reais de vários alvos da operação.
Deolane chegou a escrever uma carta de próprio punho para se defender das acusações, nesta quarta. “Estou passando aqui para tranquilizá-los e afirmar mais uma vez que estou sofrendo uma grande injustiça”, diz o texto. “É notório o preconceito e a perseguição contra minha pessoa e minha família, mas isso tudo servirá para provar mais uma vez para todos vocês que não pratico e nunca pratiquei crimes.”
Em entrevista coletiva concedida no fim da manhã de quarta, a Polícia Civil não explicou a ligação de Deolane com o suposto esquema, nem detalhou como funciona a organização criminosa investigada.
A operação expediu ao todo 19 mandados de prisão e um dos alvos era considerado foragido. Também havia 24 ordens de busca e apreensão no Recife, em Campina Grande (PB), em Barueri (SP), em Cascavel (PR), em Curitiba e em Goiânia.
Um dos alvos é o CEO da Esportes da Sorte, uma casa de apostas que opera no Brasil e é conhecida por patrocinar grandes times de futebol, como o Corinthians e o Athletico Paranaense. A polícia revistou endereços de Darwin Henrique da Silva Filho e apreendeu itens como joias e dinheiro. Ele não estava no local no momento das buscas, mas, por meio de advogados, disse estar “à disposição das autoridades”.
Agentes também revistaram a sede de outra casa de apostas, a Vai de Bet, no Recife. Segundo a TV Globo, um helicóptero da empresa foi apreendido.
Ao todo, informa a polícia, 170 agentes de diferentes organizações e estados estão envolvidos na operação, que conta com o auxílio da Interpol, a polícia criminal internacional. Os motivos que levaram o caso além da fronteira brasileira ainda estão sob sigilo.
Deolane já foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Civil de São Paulo em 2022, em um caso semelhante. Naquela ocasião, ela foi acusada de envolvimento em crimes contra a economia popular e por associação criminosa. O alvo naquele momento era a relação entre ela e a empresa Betzord.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Deolane Bezerra é levada a presídio no Recife e ficará em cela reservada
Por CartaCapital
MP denuncia Nego Di por estelionato, lavagem de dinheiro e uso de documento falso
Por CartaCapital