Política

AGU cobra R$ 3,5 milhões de militares condenados pelas mortes de catador e músico no Rio

Na ação, o órgão destaca que a ação dos militares foi ‘imprudente e desproporcional’

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A Advocacia-Geral da União protocolou na Justiça Federal do Rio de Janeiro uma ação civil pública cobrando que os oito militares envolvidos na morte do músico Evaldo dos Santos Rosa, cujo carro foi alvejado por 80 tiros de fuzil, sejam obrigados a pagar uma indenização.

Os disparos também mataram o catador de recicláveis Luciano Macedo, quando ele tentou ajudar a família do músico. 

O valor estimado é de 3,5 milhões de reais, a ser destinado às famílias das vítimas

No documento, a AGU destaca que o comportamento dos militares foi imprudente, desproporcional e contrário às regras de engajamento, pois não houve qualquer disparo de arma de fogo contra eles e, mesmo assim, atiraram centenas de vezes.

Foram condenados o tenente Ítalo da Silva Nunes, o sargento Fábio Henrique Souza Braz da Silva, o cabo Leonardo Oliveira de Souza, e os soldados Gabriel Christian Honorato, Matheus Sant’Anna, Marlon Conceição da Silva, João Lucas da Costa Gonçalo e Gabriel da Silva de Barros Lins.

Relembre

O caso ocorreu em abril de 2019, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, quando o veículo dirigido por Evaldo teria sido “confundido” com outro, supostamente envolvido em um assalto. 

Familiares das vítimas do fuzilamento denunciam que os militares continuaram a atirar mesmo com sinais de que havia uma criança no carro, atingindo outros civis que tentaram ajudar a família alvejada. Conforme os relatos, eles ainda teriam rido do episódio.

Os militares alegaram que as vítimas teriam atirado primeiro, mas nenhuma arma foi encontrada pela perícia. Ao todo, os militares dispararam 257 tiros de fuzil e pistola.

A Justiça Militar determinou a expulsão dos envolvidos. Sete deles foram condenados a 28 anos de prisão cada e o oitavo militar, o tenente Ítalo da Silva Nunes Romualdo, recebeu uma pena de 31 anos e seis meses de prisão, por ser o oficial que chefiava a ação. 

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