Sociedade
Ação da PM no litoral paulista mata 30 e já é mais letal que a Operação Escudo
A polícia confirmou a morte de um homem de 30 anos nesta terça-feira 20, em suposto confronto com agentes


A Operação Verão, deflagrada pela Polícia Militar na Baixada Santista, litoral de São Paulo, já deixou 30 mortos, o que torna a ação mais letal que a Operação Escudo, realizada no ano passado e que matou 28 pessoas.
A PM confirmou, nesta terça-feira 20, a morte de um homem de 30 anos em Santos. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que agentes faziam uma incursão na Rua Cananéia, no bairro Saboó, por volta das 12h, quando um suspeito teria fugido de uma tentativa de abordagem e se escondido em uma casa. Na sequência, ele teria disparado contra os agentes, que atiraram.
Os policiais teriam apreendido com ele uma pistola calibre .380 com a numeração suprimida, 490 porções de maconha, 616 porções de crack, 205 porções de cocaína, um rádio transmissor e um celular.
Moradores da região, no entanto, contestam a versão da polícia e dizem que o homem não reagiu e foi baleado dentro da própria casa.
O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial no 5º DP de Santos.
SSP justifica vídeo em que PMs aparecem danificando câmeras
A Secretaria de Segurança Pública também disse ter sido intencional o fato de policiais militares quebrarem câmeras de monitoramento no Guarujá, outro palco da Operação Verão.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que um policial pega uma grade de metal, ao lado de uma caçamba de lixo, para alcançar o objeto. Na sequência, outro PM aparece carregando um pedaço de madeira em direção à câmera. O equipamento, então, deixa de registrar imagens.
Segundo a secretaria, as câmeras eram utilizadas por criminosos para monitorar atividades ilícitas e a chegada das forças policiais à comunidade. A ação teria ocorrido durante uma operação na comunidade da Prainha, no bairro de Vicente de Carvalho, no Guarujá, na segunda-feira 19.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Sirene para evacuação toca em São Sebastião, no litoral paulista, após temporal alagar ruas
Por CartaCapital
Professores não têm melhores condições, mas ‘muito amor’, diz Tarcísio
Por CartaCapital
As intenções de voto em Boulos e Nunes na disputa pela prefeitura de SP, segundo o Paraná Pesquisas
Por André Lucena