Sociedade

80 tiros: Advogado que defende militares recebe homenagem do governo

O Ministério da Defesa alega que a escolha do profissional não tem ligação com o caso dos 80 tiros

Evaldo Rosa dos Santos. Foto: Reprodução
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O advogado Paulo Henrique Pinto de Mello, que defende os nove militares presos acusados de atirarem 80 vezes contra um carro resultando na morte de duas pessoas no Rio de Janeiro, vai receber uma homenagem do governo Bolsonaro.

O nome do profissional consta em uma portaria divulgada pelo Ministério da Defesa, publicada nesta semana no Diário Oficial da União. A Medalha da Vitória aos Ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial é uma homenagem concedida a ex-combatentes de guerra ou de missões de paz, além de civis que tenham prestado serviços relevantes.

Paulo é um dos 300 nomes que aparecem na portaria. Mesmo sendo divulgada uma semana depois de o advogado começar a defender os militares envolvidos no caso dos 80 tiros, o Ministério da Defesa disse que a escolha do jurista não tem ligação alguma com as mortes ocorridas.

O evento vai acontecer no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Aterro do Flamengo. A data e o horário ainda não foram divulgadas.

Entenda o caso 

No dia 7 de abril, um carro com uma família foi metralhado por 80 tiros disparados por militares do Exército no Rio. A ação resultou na morte imediata do músico Evaldo Rosa e do catador de material reciclado Luciano Moraes, que não resistiu e morreu na madrugada desta quinta-feira 18.

 

Familiares das vítimas do fuzilamento denunciam que os militares continuaram atirando mesmo com sinais de que havia uma criança no carro, atingiram outros civis que tentaram ajudar a família alvejada e, depois, ainda riram do ocorrido.

Após a polêmica, o presidente Jair Bolsonaro disse que o exército não havia matado ninguém. Em entrevista durante a inauguração do aeroporto de Macapá, o pesselista disse que a instituição não pode ser acusada de ser “assassina”. “O Exército é do povo. A gente não pode acusar o povo de assassino. Houve um incidente. Houve uma morte. Lamentamos ser um cidadão trabalhador, honesto”, afirmou.

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