Saúde

Sob críticas de trabalhadores, governo federal escolhe Teresa Vannucci para gerir hospitais no Rio

Hospitais federais do estado passam por uma série de dificuldades, como problemas de estrutura e falta de pessoal

Foto: Prefeitura do Rio de Janeiro/Divulgação
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O governo federal nomeou a médica Teresa Navarro Vannucci como nova diretora do Departamento de Gestão Hospitalar do Estado (DGH) do Rio de Janeiro. A nomeação foi publicada na edição de segunda-feira 29 do Diário Oficial da União (DOU).

Vannucci ficará responsável pela administração de hospitais federais, que acumulam problemas de estrutura, insumos, equipamentos e pessoal. 

Os hospitais federais estavam sendo administrados por um Comitê Gestor, instalado no Ministério da Saúde no mês passado. A pasta decidiu instalar a comissão depois do acúmulo de denúncias de precarização nas unidades hospitalares.

Hospitais federais não realizam concurso público desde 2010, por exemplo. Por conta da situação, tem se tornado comum a contratação de profissionais de saúde por contratos temporários.

Os problemas de estrutura também são habituais, especialmente no Rio de Janeiro. No ano passado, a sala de anatomia patológica do Hospital Federal de Jacarepaguá foi destruída depois de um incêndio. Em 2020, um outro incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso matou três pacientes e suspendeu serviços como transplante de rins.

O Comitê instalado na Saúde teve prazo curto de duração, mas várias mudanças em cargos importantes. Inicialmente, o grupo foi chefiado por Helvécio Magalhães, exonerado três dias depois. Logo em seguida, o médico sanitarista Adriano Massuda assumiu as funções, mas foi substituído por Alexandre Telles. Naquele momento, o Ministério justificou as exonerações pela necessidade de transformação na gestão das unidades hospitalares.

O grupo chegou a produzir relatórios indicando irregularidades na contratação de serviços continuados, apontando a existência de favorecimento de empresas sem justificativa técnica. O relatório também sinalizou que contratos eram feitos com preços acima dos praticados no mercado. 

Nomeada uma semana após o fim dos trabalhos do Comitê, Vannucci foi alvo de críticas de entidades ligadas ao setor. Também ontem, um documento assinado por vários sindicatos da saúde critica a passagem da médica pela Subsecretaria Municipal de Saúde do Rio.

O texto é assinado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ), pelo Sindicato dos Enfermeiros do Rio (SindiEnf-RJ) e pelo Sindicato dos Médicos (Sindmed-RJ).

“Como auxiliar do atual secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, Vannucci representa as políticas de privatização e fatiamento dos hospitais federais”, aponta o comunicado.

A nova diretora do DGH ainda não se manifestou sobre o documento.

As entidades denunciam ainda que, na atual gestão da saúde do Rio, tem se tornado comum a entrega de unidades de saúde em termos de Parcerias Público-Privada (PPP). Para as entidades, essas organizações “não trouxeram nenhum benefício à população e aos trabalhadores que têm vínculo precarizado”.

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