Política
Queiroga segue Bolsonaro e ataca governadores contrários a prescrição para vacinar crianças
‘Pelo que eu saiba, a grande maioria não são médicos’, disse o ministro, irritado, durante uma entrevista nesta quarta-feira 29
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, retomou nesta quarta-feira 29 a ofensiva contra prefeitos e governadores que não exigirão prescrição médica para vacinar crianças.
Irritado com questionamentos de jornalistas sobre a consulta pública aberta para avaliar a imunização contra a Covid-19, Queiroga abandonou uma entrevista coletiva no meio da pergunta de uma repórter.
“Os estados têm de se manifestar lá na consulta pública. Aliás, governadores e prefeitos que falam em não ter prescrição, pelo que eu saiba, a grande maioria não são médicos. Então, eles estão interferindo nas suas secretarias municipais e estaduais”, afirmou o ministro.
Ao ser questionado por uma jornalista sobre os motivos que levariam à necessidade de pedir uma prescrição, Queiroga deu as costas e deixou o local onde acontecia a entrevista.
Antes disso, sem apresentar razões concretas, o ministro bolsonarista declarou que a consulta “é um instrumento da democracia, amplia discussão sobre o tema e trará mais tranquilidade para os pais levarem seus filhos à sala de vacinação”.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária avalizou em 16 de dezembro a vacinação infantil, mas enfrenta a resistência negacionista do presidente Jair Bolsonaro. A previsão é de que essa etapa da imunização comece apenas em 5 de janeiro, com o fim da consulta pública.
Até o momento, 20 estados afirmaram que não exigirão prescrição para vacinar crianças: Pernambuco, Bahia, Ceará, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Espírito Santo, Pará, Acre, Paraná, Paraíba, Goiás, Sergipe, Piauí, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte. A informação é de um levantamento realizado pela CNN Brasil.
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