Saúde

Queda do distanciamento social acende alerta no governo de SP

Estimativas têm batido 50% da população em isolamento – mas políticas de leitos e outros insumos preveem um mínimo de 60% de isolamento

(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
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O estado de São Paulo registrou a menor taxa de distanciamento social desde o início da quarentena na quarta-feira 08, anunciou a secretária de Desenvolvimento Econômico do estado, Patricia Ellen, em uma coletiva nesta quinta-feira 09.

“Esses são dados que nos preocupam muito. Todas as estimativas em relação aos leitos e ao combate da pandemia estão sendo feitas assumindo um nível de distanciamento entre 60% e 70%, e nós não estamos alcançando esse indicador”, disse a secretária, que também apresentou um modelo de disparo de mensagens para os celulares de moradores do estado feito em conjunto com as operadoras de celular.

De acordo com Ellen, a fase mais frutífera da quarentena, que está em voga desde o dia 24 de março, registrou níveis de isolamento que chegaram até 60%. Agora, o monitoramento do governo tem registrado números que beiram os 50% – ou seja, chegam a ser menores do que a metade da população.

O secretário estadual de saúde, José Henrique Germann, mostrou que a curva de crescimento da epidemia no estado ainda está abaixo da registrada na Coréia do Sul, por exemplo, mas que deve ultrapassá-la nos próximos dias. O aumento no desrespeito às medidas sanitárias agravam a situação analisada, segundo o secretário. “Enquanto tivermos um isolamento social de 50%, não vamos conseguir dobrar essa curva”, disse.

São Paulo é, desde o início da epidemia no Brasil, o estado mais afetado pelo coronavírus. Atualmente, há 6.708 casos confirmados e 428 óbitos – sem contar a subnotificação de ambos. Na quarta-feira, Germann afirmou que os casos leves estão subnotificados assim como em todos os países do mundo – já que as pessoas serão orientadas a ficarem em casa para não lotar ainda mais o sistema de saúde, que foca nos casos mais graves.

“Aqueles pacientes que estão em casa, que não farão exames, acabam gerando uma subnotificação em todo o sistema, algo que ocorreu no mundo inteiro. [Com] 80% dos pacientes não se faz nada, não existe tratamento ou investigação. Pode passar no médico, faz uma consulta e fica por isso mesmo. Então não tem essa notificação [dos casos leves]”, disse Germann.

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