Saúde

Pesquisa contra covid-19 que usa ozônio no reto terá 150 voluntários

Não há recomendação do procedimento pela OMS como combate ao coronavírus; Conselho de Medicina proíbe prescrição por médicos

Representação criativa de partículas do vírus Sars-CoV-2. Foto: NIAID Representação criativa de partículas do vírus Sars-CoV-2. Foto: NIAID
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Uma pesquisa contará com 150 voluntários para testar a eficácia do uso do ozônio no reto como tratamento contra a covid-19. A informação foi publicada pelo jornal O Globo, nesta sexta-feira 7. De acordo com o veículo, o Instituto Alpha espera atender as últimas exigências para receber recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública que fomenta estudos científicos.

O jornal informa ainda que os pacientes seguirão com o tratamento convencional da covid-19, e a ozonioterapia seria avaliada como terapia adicional, segundo relatou a médica Maria Emília Gadelha Serra, que comanda o Instituto Alpha e é presidente da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica (Sobom).

O Ministério da Saúde define o tratamento da ozonioterapia como uma prática integrativa e complementar de baixo custo, que utiliza a aplicação de uma mistura dos gases oxigênio e ozônio, por diferentes vias de administração, com finalidade terapêutica. A ozonioterapia foi reconhecida como tratamento complementar no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2018, como recurso aplicado a doenças como câncer, inflamações crônicas e infecções variadas.

 

No entanto, não há recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) em favor da aplicação retal do ozônio como combate ao coronavírus. O Conselho Federal de Medicina (CFM) também proíbe médicos brasileiros de prescrever o uso do procedimento, desde 2018. Em nota desta sexta-feira 7, a entidade afirmou que o uso da ozonioterapia no tratamento de doenças “não oferece aos médicos e pacientes a certeza de que é um procedimento eficaz e seguro”.

A ideia de tratar o coronavírus com ozônio no reto provocou polêmica após ser sugerida pelo prefeito de Itajaí (SC), Volnei Morastoni (MDB). Na segunda-feira 3, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, reuniu-se com defensores do procedimento como tratamento contra o coronavírus. Participaram do encontro a própria Maria Emília e o deputado federal Giovani Cherini (PL-RS).

A prática também é defendida para a covid-19 em um projeto de lei apresentado pela deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF), que prevê a autorização da prescrição da ozonioterapia como tratamento médico de caráter complementar para o novo vírus. Outro projeto de 2017 pede a permissão da prescrição da ozonioterapia em todo o país.

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