Política

Pazuello promete vacinar toda a população em 2021

Para o chefe da Saúde, metade dos brasileiros receberá as doses até junho; o ex-ministro cita erros do governo e as limitações na produção

Eduardo Pazuello e Luiz Henrique Mandetta. Fotos: Pedro França/Agência Senado e Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira 11 que o governo federal espera vacinar toda a população contra a Covid-19 ainda neste ano. Ao Senado, o general disse que a expectativa é de imunizar metade dos brasileiros até junho.

“Vamos vacinar o País em 2021, 50% até junho e 50% até dezembro. Esse é o nosso desafio, o que estamos buscando e o que vamos fazer”, declarou.

O plano, no entanto, esbarra na lentidão do processo de vacinação e na dificuldade da gestão de Jair Bolsonaro de diversificar o leque de imunizantes e de importar doses produzidas em outros países.

Em entrevista ao canal?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> de CartaCapital no YouTube nesta quinta, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta criticou a postura do governo federal na busca por vacinas e a politização do assunto. Ele também destacou a limitação da capacidade de produção, no Brasil, da Coronavac, pelo Instituto Butantan, e da vacina de Oxford, pela Fiocruz.

“O Butantan tem uma capacidade de produção de aproximadamente 50 milhões. A Fiocruz fala em 100 milhões. Só que são duas doses. Nós precisamos de 300 milhões. Mais a perda, que é o que cai, o que perde temperatura, o que sobra no frasco, nós precisamos de 340, 350 milhões de doses para vacinar 150 milhões de brasileiros”, calculou. “Ao ritmo da nossa produção, sem contar com compras de diversas outras vacinas, nós levaríamos um tempo extremamente longo”.

Segundo Mandetta, o risco é de que o Brasil atravesse todo o ano de 2021 e entre em 2022 “ainda com uma parcela significativa da população a ser vacinada e uma parcela sem ter tomado a segunda dose”.

“Então, não dá para fazer uma previsão. Temos que contar que vai haver vacina no mercado, disponibilidade de compra e de que isso vai chegar”.

Na entrevista, ele também criticou a conduta do governo Bolsonaro ao fazer propaganda de medicamentos sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a cloroquina.

Para Mandetta, “todo o gasto e todo o desgaste” de induzir os brasileiros para que “acreditassem nesse placebo” foram feitos para tentar justificar a decisão de não apoiar as medidas de distanciamento social, “duras, mas necessárias”.

“Isso foi responsável por troca de ministros, até ter essa intervenção militar burra, que diz ‘amém’ ao presidente”.

Assista à íntegra da entrevista:

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