Manaus: 37 pacientes com Covid que foram para outros estados morreram

De 570 pacientes transportados de Manaus em decorrência do colapso no sistema de saúde da capital amazonense, 37 não resistiram à Covid-19 e morreram. Ainda permanecem internados 345 pacientes e 225 pessoas já receberam alta.

As informações são do próprio Ministério da Saúde que, em razão de uma ação no Supremo Tribunal Federal, deve atualizar a Corte com atualizações a cada 48h sobre quais medidas foram tomadas, estão em curso ou são planejadas.

Em porcentagem, os dados mostram que 6,4% dos pacientes transportados nos 24 dias de ação morreram em outros estados.

No relatório, não estão detalhadas ações específicas sobre o translado dos corpos para junto dos familiares. Somente nos primeiros 21 dias de 2021, já foram enterradas mais vítimas do coronavírus do que ao longo de todo 2020, mostrou um levantamento da rede CNN Brasil.

Os dados sobre a situação dos pacientes transportados estão presentes no relatório do dia 6 de fevereiro. Na segunda-feira 8, uma nova atualização foi enviada com previsão, entre o dia 8 e o dia 14 de fevereiro, de mais transportes aéreos de pacientes para outros estados. Está prevista também a transferência de doentes “não-Covid” com o mesmo objetivo, que é “desestressar a rede hospitalar de Manaus”.

Saúde sob pressão

Apesar das ações do Ministério, a pasta está sob pressão de tribunais para além do STF: na última sexta-feira 5, o ministro Benjamin Zymler, do Tribunal de Contas da União, estabeleceu o prazo de dez dias para que a Secretaria de Saúde de Manaus responda se foi pressionada pelo Ministério de Eduardo Pazuello a receitar cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina a pacientes com Covid-19.

Pazuello também é alvo de um inquérito conduzido pela Polícia Federal para apurar uma possível omissão na contenção da crise.

Entre outros fatores responsáveis pelo colapso em Manaus ainda sob investigação, a nova variante do coronavírus descoberta no local aparece como um agravante da situação.