O Boletim do Observatório da Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz destacou em sua última análise o aumento da demanda de leitos de UTI no País, diante do avanço preocupante da variante Ômicron do novo coronavírus.
Segundo a Fundação, as festas de fim de ano, somado a nova variante e a epidemia de gripe causada pelo H3N2 contribuíram negativamente na capacidade de enfrentamento da pandemia, com impactos sobre a saúde da população e a ocupação do sistema de saúde.
A análise apontou que houve um aumento relevante no número de internados, na comparação com 20 de dezembro de 2021, no entanto, esse escalonamento ainda não pode ser comparado aos piores momentos da pandemia.
“Ainda é precoce, desta forma, afirmar que há uma nova pressão sobre os leitos de UTI, baseado apenas nos dados disponíveis e apresentados aqui. Entretanto, cabe manter a atenção sobre a evolução do indicador”, diz o documento.
A Fundação ainda salientou que, embora a variante esteja associada com casos mais leves da doença, a grande transmissibilidade pode sobrecarregar os sistemas de saúde.
“Além disso, é importante destacar que a situação de recrudescimento da pandemia, sem dados epidemiológicos disponíveis para apreciação do que está ocorrendo e estimativa de tendências, é gravíssima”, disse o boletim. “O enfrentamento de uma pandemia sem os dados básicos e fundamentais pode ser comparado a dirigir um carro em um nevoeiro, com pouca visibilidade e sem saber o que se pode encontrar adiante”, cita trecho.
Entre os estados brasileiros, 4 encontram-se na zona de alerta intermediário, com mais de 60% dos leitos ocupados: Pará (67%), Tocantins (62%), Pernambuco (79%) e Alagoas (68%).
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