Conselho de Secretários de Saúde pede toque de recolher nacional para conter a Covid-19

Em carta, o Conass sugere medidas duras para promover o isolamento e a coordenação nacional de vacinação e testagem

Foto: Manifestação em Copacabana em memória brasileiros mortos pela Covid-19 no Brasil. Foto: ONG Rio de Paz

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Para o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde, o Brasil vivencia, “perplexo”, o pior momento da crise sanitária causada pelo coronavírus.

Essa é a primeira constatação de uma carta divulgada nesta segunda-feira 1 em que o Conass pede que autoridades nacionais empenhem-se em restringir a circulação de pessoas em um momento de “colapso de redes assistenciais públicas e privadas”.

A carta é assinada pelo presidente do Conass, Carlos Lula, e se baseia especialmente nas consequências gerais do “relaxamento das medidas de proteção” e na “circulação de novas cepas do vírus”, as quais “propiciaram o agravamento da crise sanitária e social, esta última intensificada pela suspensão do auxílio emergencial”.

No manifesto, o Conass faz uma série de demandas que passam pela suspensão de atividades religiosas, esportivas e correlatas, assim como pelo cancelamento temporário das atividades presenciais em todos os níveis educacionais, pelo fechamento de praias e bares e pela adoção de barreiras sanitárias.

 


 

Há, também, o pedido por um “toque de recolher nacional” a partir das 20h, “a ampliação da testagem e acompanhamento dos testados” e a criação de um “Plano Nacional de Comunicação” para informar corretamente à população quais as medidas de urgência que devem ser adotadas no momento.

A necessidade de ampliar a cobertura da vacinação também é mencionada, pelo fato de a condição atual, conforme argumenta o Conass, não ser suficiente para reverter o quadro da pandemia.

“O conjunto de medidas propostas somente poderá ser executado pelos governadores e prefeitos se for estabelecido no Brasil um ‘Pacto Nacional pela Vida’ que reúna todos os poderes, a sociedade civil, representantes da indústria e do comércio, das grandes instituições religiosas e acadêmicas do País, mediante explícita autorização e determinação legislativa do Congresso Nacional”, concluem. Leia o texto na íntegra.

O documento abre a semana em conjunto com outra carta, assinada por governadores, com críticas a alegações do presidente Jair Bolsonaro sobre o repasse de recursos aos estados.

“É tão absurda que o valor ‘informado’ (R$ 36 bilhões) equivale quase ao DOBRO do orçamento do Estado em 2020. Vamos ter que, mais uma vez, entrar na Justiça por essa vergonhosa fake news”, escreveu o governador Flávio Dino no Twitter.

 

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