Saúde

Com o avanço da pandemia, São Paulo recua para fase mais restritiva da quarentena

Na etapa, não podem funcionar bares, restaurantes, comércio e outros serviços não essenciais

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Foto: GOVSP
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O estado de São Paulo deve regredir para a fase vermelha do plano de retomada econômica a partir do sábado 6. Na etapa, não podem funcionar bares, restaurantes, comércio e outros serviços não essenciais. As escolas, no entanto, permanecerão abertas até que a situação seja definida pelo governo.

 

Na terça-feira 2, o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, defendeu a suspensão das aulas presenciais diante o agravamento da pandemia da Covid-19.

“Se nós estamos entendendo que as pessoas estão em risco circulando, temos que avaliar as situações em que as pessoas estão expostas, então temos que avaliar as escolas”, afirmou em entrevista à rádio CBN. “O problema não são as escolas, mas a circulação das pessoas em seus entornos. Professores, pais que levam os filhos, no transporte público. Nos próximos dias vale a observação disso”.

Também na terça, o estado de São Paulo registrou o maior número de mortes por Covid-19 em 24 horas desde o início da pandemia: 468. Pelos números atualizados até ontem, o estado tem 60.014 óbitos causados pela doença. São Paulo também contabilizou o maior índice de internação: 16.539 pacientes com suspeita ou confirmação da doença, sendo 9.332 em leitos de enfermaria e 7.027 em Unidades de Terapia Intensiva.

Em coletiva realizada no início da tarde, o governador João Doria afirmou que a fase de maior restrição será mantida até o dia 19 de março, totalizando 14 dias.

“Estamos à beira de um colapso, em São Paulo e no Brasil. Isso exige medidas urgentes, coletivas, e também a sensibilidade dos que praticaram o negacionismo. Não é só o problema de um governo negacionista, mas de parte da população, que se expõe desnecessariamente. Não é razoável que parte da população não queira usar máscaras”, declarou Doria, ao afirmar que o estado interna um paciente por Covid-19 a cada dois minutos.

O governador também atacou o presidente Jair Bolsonaro pela dinâmica do vírus no País. “Se o presidente menospreza a vida, ao afirmar que todos um dia vão encontrar a morte, como se fosse banal morrer… Não, nascemos para viver e celebrar a existência, mas com seriedade e com a obrigação de defender a vida. São Paulo vai combater o populismo, o oportunismo, a indiferença. E eu quero registrar: não estou preocupado com popularidade. Não pauto minha vida em popularidade, em necessidades eleitorais, nem pela política. Pauto minha vida pela existência e pelo respeito às pessoas”, acrescentou.

“Não queremos mais vacinas, queremos muitas vacinas, precisamos de vacinas, e não de cloroquina. Trabalhamos por soluções, enquanto Bolsonaro trabalha por problemas. Lutamos para defender a vida, Bolsonaro briga com a vida”, criticou Doria.

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