Justiça
Zanin rejeita pedido de impedimento e diz não ter ‘sentimento negativo’ contra Bolsonaro
Na terça-feira, a defesa do ex-presidente protocolou uma petição para impedir que os ministros Zanin e Flávio Dino participem do julgamento sobre a trama golpista


O ministro do Supremo Tribunal Federal Cristiano Zanin disse nesta quinta-feira 27 que não vê motivos para se declarar impedido de participar do julgamento da denúncia da trama golpista contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Zanin enviou um ofício ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, para se manifestar sobre o pedido da defesa de Bolsonaro para que ele não participe do julgamento. No documento, Zanin diz que não tem “nenhum sentimento negativo” contra o ex-presidente.
. “Esclareço, por fim, que também não vislumbro a presença de quaisquer das hipóteses legais que configuram a suspeição. Tampouco tenho qualquer sentimento negativo que possa afetar minha atuação como magistrado no caso em questão”, afirmou.
Zanin ainda relatou que teve apenas um encontro presencial com Bolsonaro no segundo semestre de 2024. “Enquanto aguardávamos no aeroporto de Brasília um voo com destino a São Paulo, Sua Excelência tomou a iniciativa de vir até mim — na van onde eu aguardava –, e tivemos uma conversa republicana e civilizada”, completou Zanin.
Na terça-feira 25, a defesa de Bolsonaro protocolou uma petição para que a Corte reconheça a impossibilidade de os ministros Zanin e Flávio Dino participarem do julgamento da denúncia, que ainda não tem data definida.
A defesa do ex-presidente diz que, antes de chegar à Corte, o Zanin foi advogado da campanha de Lula e entrou com ações contra a chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022.
Já no caso de Flávio Dino, os advogados de Bolsonaro apontam que o ministro entrou com uma queixa-crime contra Bolsonaro quando ocupou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública nos primeiros meses do governo do presidente Lula (PT).
Dino também deverá enviar a Barroso sua manifestação sobre o pedido de impedimento.
(Com informações da Agência Brasil).
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Barroso quer ouvir Dino e Zanin antes de analisar pedido para impedi-los de julgar Bolsonaro
Por Wendal Carmo
Zanin manda ao plenário julgamento sobre a suposta venda de emendas por parlamentares do PL
Por CartaCapital
Ouça o áudio em que Cid sugere golpe antes de 12 de dezembro de 2022, dia da diplomação de Lula
Por CartaCapital