Política

Wilson Witzel é afastado do governo do Rio

Ex-juiz é suspeito de envolvimento em desvios da Saúde durante a pandemia

Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Foto: Governo do RJ.
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O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), foi afastado nesta sexta-feira 28 do cargo por determinação do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele é suspeito de desviar dinheiro da Saúde durante a pandemia.

Nesta manhã, a Procuradoria Geral da República (PGR), em parceria com a Polícia Federal (PF), cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão contra agentes públicos, políticos e empresários envolvidos, de acordo com a acusação, em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do grupo que seria liderado pelo governador.

Não há pedido de prisão contra Witzel, mas sim contra Pastor Everaldo, presidente do PSC, Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, e Sebastião Gothardo Netto, ex-prefeito de Volta Redonda (RJ).

Há também mandados de busca e apreensão contra a primeira-dama do Rio, Helena Witzel, contra o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), e contra o desembargador Marcos Pinto da Cruz.

Quem assume é o vice-governador do Rio, Cláudio Castro, também do PSC.

Operação anterior

No dia 26 de maio, a PF já havia deflagrado a Operação Placebo, que apurava suspeitas de desvios ligados ao Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde para a construção de hospitais de campanha para enfrentamento do Covid-19.

Segundo as investigações, foi identificado um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro.

Naquele mês, o ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Gabriell Neves, também foi preso com mais três pessoas por acusações de corrupção na compra emergencial de respiradores para pacientes com coronavírus.

O MPF apontou ainda que as provas coletadas até o momento indicam que “foi criada uma estrutura hierárquica, devidamente escalonada a partir do governador, que propiciou as contratações sobre as quais pesam fortes indícios de fraudes”.

“Wilson Witzel mantinha o comando das ações (auxiliado por Helena Witzel), tendo seu secretário de estado de Saúde, Edmar Santos, por meio da Resolução SES nº 1991, delegado funções a Gabriell Neves, criando-se a estrutura hierárquica que deu suporte aos contratos supostamente fraudulentos, em cuja base figuram, no mínimo, representantes da Corporate Events Brasil, do IABAS e da empresa Clube de Produção”, diz a decisão do ministro Benedito Gonçalves.

O governador negou irregularidades na época. “Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal.”, afirmou.

Também acusou a operação de ser uma articulação política por, na época, a ação ter sido adiantada pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP).

*Matéria em atualização

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