Política

Wassef é alvo de busca e tem celular apreendido em restaurante

Wassef representou a família Bolsonaro em diversos processos e foi um dos alvos da operação deflagrada pela PF na semana passada

Segundo PF, Wassef recomprou nos EUA um relógio da marca Rolex recebido em viagem oficial por Bolsonaro. Foto: Sérgio Lima/AFP
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O advogado Frederick Wassef teve o celular apreendido pela Polícia Federal na noite desta quarta-feira 16. A ação da PF foi revelada pelo portal G1 e acontece após Wassef afirmar ter recomprado nos Estados Unidos um relógio que havia sido entregue ao governo de Jair Bolsonaro.

Além do celular, o advogado teve o carro revistado em um restaurante de São Paulo. Segundo a publicação, outras pessoas estariam no estabelecimento e acompanharam o procedimento.

Wassef, que representou a família Bolsonaro em diversos processos, foi um dos alvos da operação deflagrada na semana passada pela PF para apurar o desvio de presentes recebidos em viagens oficiais pelo governo do ex-capitão.

A CartaCapital entrou em contato com Wassef, mas não obteve retorno. O espaço para manifestação segue aberto.

Relembre o caso das joias

Um relatório enviado pela PF ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, apontou que Wassef recomprou nos EUA um relógio da marca Rolex recebido em viagem oficial por Bolsonaro e vendido pelo general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, braço-direito do ex-presidente.

O pacote chegou às mãos de Bolsonaro em outubro de 2019, durante uma viagem oficial à Arábia Saudita. Segundo a investigação da PF, o relógio foi recomprado após o Tribunal de Contas da União expedir uma ordem pela devolução dos itens ao Estado.

O relatório sustenta que o Rolex foi recomprado em 14 de março de 2023 por Wassef, que voltou ao Brasil 15 dias depois. Em 2 de abril, Mauro Cid (pai) se encontrou com o advogado em São Paulo e retomou a posse do relógio. No mesmo dia, o general viajou a Brasília e entregou o objeto ao segundo-tenente do Exército Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro.

O general Mauro Cid havia embolsado 68 mil dólares ao vender o Rolex para a empresa Precision Watches, na cidade de Willow Grove, na Pensilvânia. A PF obteve o comprovante de depósito, realizado por meio da instituição financeira Capital One, em 13 de junho de 2022. No dia do pagamento, o montante correspondia a quase 347 mil reais.

“Coincidentemente, na data de 12 de junho de 2022, dia anterior à venda dos relógios, MAURO CESAR LOURENA CID encaminhou para MAURO CID mensagens contendo exatamente os mesmo dados bancários da conta beneficiária do valor de US$ 68.000,00, decorrente da venda dos relógios”, diz o relatório.

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