Política

Vereador bolsonarista de Curitiba perde o mandato após difamar sindicato de professores

Eder Borges (PSD) foi condenado pela Justiça após manipular uma foto para mostrar um estudante com a bandeira do comunismo

Vereador bolsonarista Eder Borges perdeu o mandato por publicar fake news contra professores. Foto: Câmara Municipal de Curitiba
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A Câmara de Vereadores de Curitiba confirmou a perda do mandato do vereador bolsonarista, Eder Borges (PSD), condenado pela Justiça por difamar a APP-Sindicato, que representa os professores no Paraná. A decisão já foi comunicada ao político e deve ser oficializada pela Mesa Diretora na próxima sessão ordinária, marcada para segunda-feira 30.

O anúncio da decisão foi feito em coletiva de imprensa pelo vereador Tico Kuzma (Pros), que preside a Câmara. Segundo Kuzma, a Casa não analisou o mérito da questão e apenas seguiu seu regimento, que prevê a perda de mandato para os vereadores com condenação transitada em julgado.

A medida tomada pela Câmara de Vereadores tem como base a Constituição Federal, a Lei Orgânica do Município e o Regimento Interno da Casa, que compreende que a condenação de um parlamentar implica na perda de direitos políticos e, consequentemente, na cassação do mandato.

Borges foi condenado a 25 dias em regime aberto e o pagamento de multa por publicar em 2016 uma foto editada em que um estudante aparecia com uma bandeira do comunismo. Na legenda, o político acusava a APP-Sindicato de ser a responsável pelo caso. Borges, na ocasião, coordenava o MBL do Paraná e atacava os protestos de professores e estudantes contra a Reforma do Ensino Médio.

A determinação que condenou o bolsonarista foi tomada pela 4ª Turma Recursal dos Juizados Especiais de Curitiba. Entre as punições estão a prisão por 25 dias em regime aberto e o pagamento de multa.

Em nota, a APP-Sindicato afirmou que a perda do mandato do vereador é uma ‘vitória contra as fake news’.

“A APP celebra a decisão e espera que as consequências da fake news publicada por Eder Borges sirvam de exemplo aos(às) tantos(as) que constroem uma trajetória política calcada em mentiras e calúnias”, diz um trecho da publicação. “É passada a hora de dar fim à impunidade contra quem difama a classe trabalhadora e as organizações sindicais”, acrescenta a entidade.

Pelas redes sociais, o vereador disse estar atuando juridicamente para reverter a situação. “Cassado por um meme? Meu jurídico está atuando e vamos reverter este absurdo. Ainda acredito na Justiça e no Brasil”, escreveu o bolsonarista.

Com a saída do bolsonarista, quem assume o mandato é Mestre Pop (PSD), que já ocupou o cargo de vereador em duas ocasiões, de 2013 a 2016 e de 2017 a 2020.

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