Mais de 1,5 mil pessoas foram presas ou detidas em decorrência dos atos de terrorismo praticados por bolsonaristas em Brasília no domingo 8. A maioria estava no acampamento golpista instalado no Setor Militar Urbano. As informações partiram do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, nesta segunda-feira 9.
Pelo menos 170 tiveram a identidade divulgada em vídeos pela página Contragolpe Brasil. Os perfis unem ex-parlamentares, servidores públicos, agentes de segurança, influenciadores e até um sobrinho de Jair Bolsonaro (PL).
Eles podem responder por pelo menos 15 crimes, como golpe de Estado, dano a bem público e lesão corporal.
Parlamentares e candidatos derrotados
Mari Cristina Bizari, candidata derrotada ao cargo de vereador de Itajobi (DEM-SP)
Gilberto da Silva Ferreira, de 48 anos, suplente de vereador pelo PRTB de Nova Rita (RS), divulgou abertamente sua participação nos atos terroristas em Brasília e no acampamento bolsonarista em frente à 2ª Companhia do 3º Batalhão de Suprimentos do Exército. Nas redes sociais, o mecânico expõe uma intensa compra de armas.
Em um dos vídeos, é possível ouvi-lo dizendo: “Não chamaram o povo de gado? Agora vocês vão ver o estouro da boiada, então”. Após a exposição do caso pelo G1, ele apagou as gravações no Planalto e disse que os ataques foram realizados por “esquerdistas infiltrados”.
William Ferreira da Silva, ex-candidato derrotado a deputado estadual (Patriota-RO) e ex-sargento da PM, foi à invasão com a esposa e as filhas. Na região, ele é conhecido por transmissões no Facebook sobre crimes, acidentes e assuntos locais. No domingo, ele também promoveu uma live.
Thiago Queiroz, advogado e ex-deputado estadual (PL-MG), também realizou uma live com a movimentação nos Três Poderes. “Tomamos o Congresso. Agora é nosso. Nós é que mandamos aqui. Quero ver esse mané, agora. Aqui não tem mané, não”, disse o advogado na gravação.
Pâmela Bório (PSC-PA), suplente de vereador e ex-esposa do ex-governador Ricardo Coutinho (PT), foi a Brasília com o filho, menor de idade. Depois do episódio, ela excluiu suas contas das redes sociais.
Marcos Alexandre Mataveli de Morais, ex-vice-prefeito de Pancas (ES).
Maria Do Perpétuo Socorro Aguiar Germano, fisioterapeuta e candidata derrotada a deputada estadual (PL-CE).
Luís Gonzaga Militão, ex-secretário-adjunto Antidrogas e Direitos Humanos de Divinópolis (MG).
Lucivânia Pinheiro Barbosa, candidata derrotada a deputada estadual (PP-SP).
José Ruy, vereador de Inhumas (PTC-GO)
Agentes de segurança e servidores públicos
Silvério Santos, policial militar de Goiás
Ricardo Henrique Bento de Souza de Barros Moreira, conhecido como Tenente Barros Moreira, candidato a deputado estadual pelo PTB-DF e analista de Marketing
Ana Lúcia Adorno, secretária de Assistência Social exonerada em Tangará da Serra (MT)
Clesio Ferreira, professor e candidato derrotado a prefeito de Ouro Preto (MG)
Microempresários e Influencers bolsonaristas
Sara Sany, dona da S3 OIKOS, agência de consultoria ambiental e atuante na proteção de animais de Sete Lagoas (MG)
Alexandra Moscoso, dona dos estabelecimentos Grão Expresso e Moscoso Cafeteria em São José dos Campos (SP)
Lucimário Benedito Camargo, empresário e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Rio Verde (GO)
Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro
Adriano de Castro, conhecido pelo apelido Didi Red Pill, também participou dos atos golpistas em Salvador, cidade natal, no final do ano passado e possui um canal de YouTube sobre política que conta com 228 mil inscritos.
Rafael Faus, dono do empreendimento The Traveller Spa em SP
William Henrique, de Dourados (MS)
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