Política

Valdemar Costa Neto sabia que dados contra urnas eletrônicas eram falsos, conclui PF

Após o segundo turno de 2022, o PL alegou fraude e pediu a anulação dos votos computados em 279 mil urnas

Valdemar Costa Neto sabia que dados contra urnas eletrônicas eram falsos, conclui PF
Valdemar Costa Neto sabia que dados contra urnas eletrônicas eram falsos, conclui PF
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Foto: Reprodução/Twitter
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O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, sabia que os dados contra as urnas eletrônicas eram falsos e mesmo assim tentou anular votos na eleição de 2022, conclui a Polícia Federal. A avaliação consta no relatório em que a corporação indiciou Jair Bolsonaro (PL), Costa Neto e mais 35 pessoas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes retirou o sigilo do documento nesta terça-feira 26 e enviou o inquérito à Procuradoria-Geral da República. “Valdemar da Costa Neto atuou de forma dolosa no ajuizamento de “Representação Eleitoral para Verificação Extraordinária” junto ao TSE pela agremiação partidária em novembro de 2022, a partir de ‘argumentos técnicos’ os quais tinha ciência de que eram falsos“, diz.

“Ou seja, sem qualquer fraude ou irregularidade no sistema das urnas eletrônicas que comprometesse o pleito realizado em outubro de 2022”, completa a corporação. Ainda conforme a PF, o presidente do PL e Bolsonaro atuaram de forma coordenada para tomar a decisão de divulgar o conteúdo falso.

O PL pediu, em novembro de 2022, que o Tribunal Superior Eleitoral invalidasse os votos computados em 279 mil urnas no segundo turno da eleição presidencial. Em resposta, Moraes rejeitou as alegações da sigla e impôs uma multa por litigância de má-fé a uma multa de quase 23 milhões de reais.

Segundo o inquérito, Costa Neto ainda abasteceu com informações falsas influenciadores para propagarem fake News sobre as urnas eletrônicas, no sentido de incitar a população contra o resultado das eleições, como forma de dar aparente apoio popular ao golpe.

Um desses influenciadores seria o argentino Fernando Cerimedo. Influenciador digital de direita, Cerimedo já chegou a atuar como consultor externo para o presidente da Argentina, Javier Milei, e é o único estrangeiro indiciado pela PF.

Na eleição de 2022, ele foi uma das vozes nas redes sociais que tentou dar fôlego à narrativa de que o pleito tinha sido fraudado. Foi ele, por exemplo, o responsável por divulgar nas redes um ‘dossiê’ com um conjunto de informações falsas sobre as eleições no país. O vídeo chegou a ter mais de 400 mil visualizações.

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