Política

União Brasil dá 24 horas para filiados desembarcarem do governo Lula

Correligionários que não seguirem a normativa serão expulsos por infidelidade partidária, diz normativa

União Brasil dá 24 horas para filiados desembarcarem do governo Lula
União Brasil dá 24 horas para filiados desembarcarem do governo Lula
O presidente do União Brasil, Antonio de Rueda - Comunicação/UB/Flickr
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A Executiva Nacional do União Brasil editou uma resolução nesta quinta-feira 18 na qual determina a entrega de todos os cargos no governo Lula (PT) em até 24 horas. Filiados que não atenderem à normativa serão expulsos por infidelidade partidária, diz o documento.

A ordem considera indicações em “autarquias, fundações e empresas públicas, e sociedades de economia mista”, além dos ministérios.

O desembarque da gestão petista foi anunciado há duas semanas, mas o prazo para saída era de 30 dias. O partido chefiado por Antonio Rueda controla diretamente o Ministério do Turismo com Celso Sabino (PA). Deputados e senadores também ocupam espaços no segundo e no terceiro escalões da administração federal.

A saída ganhou força após Lula cobrar ministros na semana passada. Na ocasião, de acordo com relatos, o presidente pediu empenho na defesa do governo e citou Rueda como um desafeto pessoal. O recado tinha como pano de fundo a oficialização da superfederação entre União e PP, em uma cerimônia recheada de acenos à oposição. Somava-se a esse quadro uma série de derrotas impostas ao governo com as digitais de ambas as legendas.

Ainda não está claro se o veto à presença no governo impacta os ministros das Comunicações, Frederico Siqueira, e da Integração Nacional, Waldez Góes. Os dois ocupam as pastas na cota do União, mas suas indicações são vistas como fruto da influência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

A antecipação do desembarque ocorre após a publicação de reportagens que tratam de uma suposta relação de Rueda com investigados na Operação Carbono Oculto, a mirar um grupo criminoso que usava fintechs para lavar dinheiro da facção criminosa PCC.

Em nota na qual anunciou a portaria, a cúpula do União manifestou “irrestrita solidariedade” ao dirigente pelo que chamou de “notícias infundadas, prematuras e superficiais que tentam atingir a honra e a imagem” de Rueda.

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