A ativista indígena Txai Suruí, de 24 anos, afirmou nesta quarta-feira 3 que foi intimidada por brasileiros após discursar na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Glasgow, na Escócia.
Ativista de Rondônia, ela defende os povos Suruí. Txai é filha de Almir Suruí, uma das lideranças indígenas mais reconhecidas na luta contra o desmatamento na Amazônia.
No pronunciamento durante a COP-26, a fundadora e coordenadora do movimento da Juventude Indígena de Rondônia criticou os garimpos ilegais em terras indígenas na Amazônia.
“Depois do meu discurso, fui dar algumas entrevistas, muitas pessoas queriam falar comigo, e uma parte brasileira ficou me intimidando. Ele chegou depois em um momento e falou ‘não fala mal do Brasil, porque a gente está aqui para ajudar’. Me senti muito intimidada e não foi muito legal”, disse Txai em entrevista ao UOL.
Txai ainda afirmou que não conseguiu identificar os agressores, mas que notou as credenciais brasileiras.
“Foi bem desconfortável”, acrescentou a indígena, que criticou a falta de representantes do alto escalão do governo na conferência. “O Brasil, que é um dos países que sempre estiveram no centro dessa discussão, sempre um dos países mais importantes, não tem os seus representantes aqui, do governo.”
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