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Tucanato 2.0

Tarcísio de Freitas acena para uma gestão bem mais privatista que ideológica ou bolsonarista

Queda de braço. Kassab avança em postos-chave do novo governo e a turma da “guerra cultural” segue escanteada - Imagem: Werther Santana/Estadão Conteúdo
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Na capital paulista, todos os dias tem feira de rua em algum bairro, com os feirantes anunciando as promoções aos berros: “Olha a banana, só 10 reais a dúzia. Bora levar, freguesia!” Quando prefeito, Gilberto Kassab tentou censurar a gritaria, mas a ideia não vingou. Agora, quem diria, é o aliado Tarcísio de Freitas, recém-eleito governador, quem se porta como feirante, desfilando as ofertas estatais em praça pública: “Vou privatizar o Porto de Santos, vou transferir a Sabesp à iniciativa privada”. A postura em pouco difere das gestões anteriores do estado, administrado há 28 anos pelo PSDB. Não por acaso, o deputado federal Alencar Santana, do PT de São Paulo, diz esperar mais um governo tucano “com gás renovado”. Aos bolsonaristas, talvez sejam reservados apenas postos simbólicos e de parcos recursos, onde travarão sua “guerra cultural contra o comunismo”.

“A despeito da turma ideológica que o cerca, Freitas aliou-se rapidamente aos políticos que ditam os rumos de São Paulo há quase três décadas e demonstra uma vontade renovada de promover o desmonte do Estado”, alerta o parlamentar. Ao que tudo indica, as privatizações não ficarão apenas na promessa, como indicam as primeiras nomeações do novo governador. Na sexta-feira 25, ele anunciou o advogado Arthur Lima, seu braço-direito no Ministério da Infraestrutura, onde presidiu a Empresa de Planejamento e Logística, hoje transformada em Infra S.A., como secretário-chefe da Casa Civil, responsável pela coordenação dos trabalhos e investimentos do governo. Já a futura supersecretaria de Infraestrutura, Meio Ambiente e Transportes ficará sob a responsabilidade de Natália Resende, procuradora federal da Advocacia-Geral da União, que atuou como consultora jurídica de Freitas na administração federal.

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