Justiça
TRE-PA cassa o mandato do senador Beto Faro, do PT
O parlamentar nega as acusações de abuso de poder econômico, corrupção, assédio eleitoral e captação ilícita de votos. Ele poderá recorrer para tentar reverter a decisão


O Tribunal Regional Eleitoral do Pará decidiu cassar o mandato do senador Beto Faro (PT) por supostas práticas de abuso de poder econômico, corrupção, assédio eleitoral e captação ilícita de votos durante as eleições de 2022. O julgamento do caso foi realizado nesta terça-feira 20.
Na sessão, quatro juízes do TRE-PA votaram para acompanhar o relator Marcus Alan de Melo Gomes e cassar o mandato do parlamentar. Outros dois votos foram contrários ao pedido.
O julgamento tomou como base uma ação protocolada pelo PL. O partido apontou que funcionários da empresa de um aliado de Faro teriam sido coagidos a votar no político em troca de um pagamento extra no vale alimentação. Áudios de reuniões e mensagens trocadas em grupos de WhatsApp foram usadas para embasar a acusação.
O senador, no andamento da ação, argumentou que as gravações foram feitas de forma ilegal, o que foi contestado pela maioria dos ministro do TRE-PA.
A decisão que retira o mandato do parlamentar também afeta os suplentes Josenir Gonçalves Nascimento (PT) e Leny May da Silva Campêlo (PCdoB), mas não tem efeito imediato. Na prática, o senador só perderá o mandato se a posição for confirmada pelas instâncias superiores e após o esgotamento de todos os recursos. Em nota, Faro e o PT do Pará já informaram que pretendem recorrer.
“O senador Beto Faro e o Partido dos Trabalhadores do Pará receberam com serenidade a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Pará, embora dela discordem. Com plena confiança na Justiça Eleitoral, comunicam que irão recorrer da decisão, certos de que a verdade será reconhecida e a inocência do senador plenamente comprovada”, escrevem o senador e o partido.
Faro, que foi deputado federal entre 2007 e 2021, chegou ao Senado em 2022 com mais de 1,7 milhão de votos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Câmara adia audiência com Fernando Haddad
Por CartaCapital
Ex-chefe da Aeronáutica que apontou participação de Bolsonaro em trama golpista presta depoimento ao STF
Por CartaCapital