Política

Transição critica ‘orçamento fictício’ e diz que Bolsonaro fez do Brasil ‘um cemitério de obras paradas’

Guilherme Boulos, responsável pelo planejamento do setor de habitação, avalia que os recursos previstos pelo atual governo são ‘absolutamente insuficientes’

Foto: Reprodução
Apoie Siga-nos no

Cerca de 962 obras da faixa I do programa Minha Casa, Minha Vida, a garantir subsídio para a população que recebe menos de um salário mínimo, estão paralisadas. 

Os dados do grupo técnico de Cidades do governo de transição apontam que para concluir as obras em andamento e iniciar as licitadas nas demais faixas do programa habitacional, precisam de mais de 3 bilhões de reais. O orçamento previsto para 2023 no setor, porém, é de 82 milhões. 

O anúncio foi feito pelo deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP), responsável pelo planejamento do setor de habitação e cidades.

“O Bolsonaro fez do Brasil um cemitério de obras paradas”, disse Boulos em entrevista coletiva nesta quarta-feira 7, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. “Para concluir as obras em 2023, precisaríamos de 1,6 bilhão de reais para manter as que estão em andamento e 1,9 bilhão para iniciar obras de moradia que já estão licitadas.”

“Eles deixaram na proposta orçamentária para 2023 82 milhões de reais. Não termina janeiro. É um orçamento fictício deixado pelo governo Bolsonaro.” 

Diante dos cortes do Ministério da Economia, a previsão orçamentária, ainda em setembro, era de uma redução de 95% dos recursos para o programa Casa Verde e Amarela. No total, a política habitacional do governo teria 34,1 milhões de reais para suas obras durante todo o ano de 2023. 

Se não houver uma reposição imediata desses quase 6 bilhões de reais, que é o que estamos planejando com as obras que poderiam ser lançadas, nós vamos ter 5 mil obras paradas no Brasil a partir de janeiro“, alertou o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), um dos coordenadores do grupo técnico. 

Na avaliação da equipe, o diagnóstico sinaliza a importância da PEC da Transição para repor o dinheiro necessário em cada setor.

“O que está previsto no orçamento são 500 reais para cada cidade”, apontou França. “O nome dessa irresponsabilidade aqui é, em primeiro lugar, do presidente Bolsonaro, mas não dá para eximir o ministro Paulo Guedes, que fez o corte”. 

Também nesta quarta 7, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) esteve no 95º Encontro Nacional da Indústria da Construção, no Centro de Eventos e Convenções Brasil 21, em Brasília, e prometeu 10 bilhões de reais para a construção civil em 2023, a partir da PEC da Transição.

“Vão ter 10 bilhões para moradia, para o Minha Casa, Minha Vida. É emprego rápido. Construção Civil gera emprego rapidamente e moradia para quem precisa”, justificou o vice de Lula.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo