Justiça

Temer pede ‘sobriedade’ e critica revogação de vistos de ministros do STF: ‘Inadmissível’

O ex-presidente repudiou retaliações contra o Judiciário e defendeu que o governo brasileiro priorize o diálogo

Temer pede ‘sobriedade’ e critica revogação de vistos de ministros do STF: ‘Inadmissível’
Temer pede ‘sobriedade’ e critica revogação de vistos de ministros do STF: ‘Inadmissível’
Moraes ao lado de Michel Temer, em 2017, quando foi escolhido pelo então presidente para ser o novo ministro do STF. Foto: Valdenio Vieira/PR
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O ex-presidente Michel Temer (MDB) se pronunciou nesta quarta-feira 23 sobre o agravamento da crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos e criticou a decisão do governo norte-americano de revogar os vistos do ministro Alexandre de Moraes, de seus familiares e de outros integrantes do Supremo Tribunal Federal. “É injustificável e inadmissível”, disse o emedebista em um vídeo.

A revogação dos vistos foi anunciada na noite da última sexta-feira 18, pouco depois de a Polícia Federal, por ordem de Moraes, impor o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado por tentativa de golpe de Estado. Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, justificou a medida afirmando que a Corte brasileira promove uma “caça às bruxas” contra o ex-capitão.

Temer condenou o que chamou de “inadequações” nas relações entre os dois países e pediu que a crise não se transforme em uma “briga de rua”. “Resolve-se pelo diálogo que se faz entre nações, especialmente nações parceiras”, alegou.

A declaração ocorre dias após o presidente Donald Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras a partir de 1º de agosto. Em carta enviada ao presidente Lula (PT), o magnata acusou o STF de censurar plataformas americanas e afirmou que o julgamento de Bolsonaro é uma “vergonha internacional” e “não deveria estar acontecendo”.

Para Temer, a resposta brasileira deve ser firme, mas não beligerante. Ele defendeu que qualquer reação aconteça com base em tratados internacionais e no respeito à Constituição. Propôs também que a interlocução com os Estados Unidos se dê por meio da diplomacia tradicional, pelos canais legislativos e, sobretudo, pela relação direta entre chefes de governo. “Vivemos um momento em que a ação responsável e a experiência não podem ser esquecidas. Em momentos sombrios, sejamos sóbrios.”

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