Política

Tebet confirma apoio a Lula no 2º turno contra Bolsonaro: ‘Não cabe a omissão da neutralidade’

‘Reconheço o seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente’, afirmou a ex-presidenciável

Lula e Simone Tebet. Fotos: Ricardo Stuckert e Mauro Pimentel/AFP
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A senadora Simone  Tebet (MDB), terceira colocada no primeiro turno da eleição presidencial, confirmou nesta quarta-feira 5 seu apoio à candidatura de Lula (PT) no segundo turno, a ser disputado em 30 de outubro contra Jair Bolsonaro (PL).

Na primeira etapa, Lula obteve 48,4% dos votos válidos, ante 43,2% de Bolsonaro. Tebet recebeu 4,1% e terminou à frente de Ciro Gomes (PDT), que chegou a 3%. Na terça-feira 4, Ciro e o PDT já haviam comunicado o endosso a Lula no segundo turno.

“Ainda que mantenha as críticas que fiz ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em especial nos últimos dias de campanha, quando cometeu o erro de chamar para si o voto útil sem apresentar suas propostas concretas para os reais problemas do Brasil, depositarei nele o meu voto, porque reconheço o seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, discursou Tebet.

“Não anularei meu voto, não votarei em branco. Não cabe a omissão de neutralidade. Há um Brasil a ser imediatamente reconstruído, há um povo a ser novamente reunido.”

Tebet ainda afirmou que seu apoio “não é por adesão”, mas por um Brasil “inclusivo, generoso, sem fome e sem miséria, com educação e saúde de qualidade, com desenvolvimento sustentável”.

Ela apresentou cinco propostas à candidatura de Lula, “sempre com a responsabilidade fiscal como meio para alcançar o social”. A reação da campanha petista às sugestões pode definir o nível de participação de Tebet nas próximas semanas.

Confira as propostas:

  • Educação: ajudar municípios a zerar filas na educação infantil para crianças de 3 a 5 anos e implementar, em parceria com os estados, o ensino médio técnico, com período integral e conectividade, além de garantir uma poupança de 5 mil reais ao jovem que concluir o ensino médio;
  • Saúde: zerar as filas de cirurgias, consultas e exames não realizados durante a pandemia, com o repasse de recursos ao Sistema Único de Saúde;
  • Resolver o endividamento das famílias, em especial daquelas que recebem até três salários mínimos;
  • Sancionar lei que iguala salários entre homens e mulheres que desempenham, com currículo equivalente, as mesmas funções;
  • Formar um ministério plural, com homens, mulheres e negros, “todos tendo como requisitos a competência, a ética e a vontade de servir ao povo brasileiro”.

Ainda no domingo 2, Tebet afirmou que não se omitiria na disputa entre Lula e Bolsonaro e cobrou os partidos de sua coligação. Nesta quarta, o MDB decidiu liberar seus filiados a definir a posição no segundo turno “conforme sua consciência”.

“Não esperem de mim omissão. Tomem logo a decisão, porque a minha já está tomada”, avisou, em pronunciamento no dia do primeiro turno. “Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo. Este não é qualquer momento no Brasil.”

Tebet e Lula almoçaram juntos nesta quarta em São Paulo. Na véspera, ela esteve com Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente, e discutiu seu apoio à chapa. O ex-tucano atuou como uma espécie de intermediário das conversas.

Em 2 de outubro, Tebet recebeu 4.915.423 votos, enquanto Ciro foi escolhido por 3.599.287 eleitores. Lula liderou com 57.259.504, à frente dos 51.072.345 de Bolsonaro.

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