Justiça
Tarcísio ataca STF, cobra ‘respeito’ aos golpistas e dá ultimato a Hugo Motta por anistia
Em ato na Avenida Paulista, governador de São Paulo defendeu Jair Bolsonaro, atacou Alexandre de Moraes e pressionou o Congresso a votar a anistia


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), discursou neste 7 de Setembro diante de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista. Em tom inflamado, atacou o Supremo Tribunal Federal, disse que não há provas contra Bolsonaro e fez um ultimato ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pautar o projeto de anistia.
Em sua fala, Tarcísio voltou ataques ao ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem chamou de “tirano”. “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”, afirmou, arrancando gritos de “anistia já” da plateia.
Em outro momento, Tarcísio se dirigiu diretamente ao presidente da Câmara: “Hugo Motta, paute a anistia. Presidente de casa nenhuma pode conter a maioria do plenário, não pode conter a vontade de mais de 350 parlamentares. Trazer a anistia para a pauta é trazer justiça e resgatar o país”, afirmou.
“Só existe um candidato para nós, que é Jair Messias Bolsonaro. Deixem Bolsonaro disputar a eleição, levem ele para a urna. Qual o problema?”, disse o governador. “Estamos aqui para clamar por justiça, para Débora, para Clézão, para Lucas, para Juliana, para os que estão presos injustamente. Esse processo está maculado, está viciado. A saída é a anistia ampla, irrestrita.”
O governador também acusou a esquerda de tentar “reescrever a história” e comparou os atuais presos pelos atos golpistas aos militantes da ditadura beneficiados pela Lei da Anistia de 1979. “Aqueles que hoje gritam ‘sem anistia’ foram justamente os que foram beneficiados no passado. O PT existe hoje porque houve anistia”, disse.
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