O advogado Rodrigo Tacla Duran prestará um depoimento nesta terça-feira 9, às 15h, ao juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio. A oitiva ocorrerá por videoconferência, uma vez que Duran permanece em Madrid, na Espanha.
A pauta da audiência não está diretamente ligada às acusações do advogado ao senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR) e ao deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR), mas a supostos pagamentos da Odebrecht a políticos do Equador.
No mês passado, havia a expectativa de um depoimento presencial de Duran. As sessões, porém, foram adiadas diante do receio do advogado de ser preso ao chegar ao Brasil. Ele aguardava algum tipo de garantia de que permaneceria em liberdade durante sua passagem pelo País.
No centro da confusão está uma reviravolta protagonizada em abril pelo desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Ele é o autor de uma decisão que, segundo a avaliação da Justiça de Curitiba, restabeleceu uma ordem de prisão contra Duran. Antes, Appio havia suspendido a ordem de prisão decretada em 2016 por Moro.
No final de março, Tacla Duran afirmou em depoimento a Appio ter sido alvo de um “bullying processual” no âmbito da Lava Jato. Ele também declarou ter sido vítima de uma suposta tentativa de extorsão e citou Moro e Dallagnol.
Em nota divulgada após o depoimento do advogado, a assessoria do ex-juiz sustentou que seu cliente é alvo de “calúnias” e não teme “qualquer investigação”. Deltan, por sua vez, se referiu a Eduardo Appio como “juiz lulista e midiático, que nem disfarça a tentativa de retaliar contra quem, ao contrário dele, lutou contra a corrupção”.
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